Mais de 250 pessoas se reuniram, nesta sexta-feira (27), na 6ª Conferência Distrital dos Direitos da Pessoa Idosa, ocorrida no auditório da Associação dos Docentes da Universidade de Brasília (ADUnB). Organizado pelo Conselho dos Direitos da Pessoa Idosa do Distrito Federal (CDI-DF), ligado à Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), o encontro reuniu representantes do governo, sociedade civil e movimentos sociais para discutir os principais desafios no atendimento à população idosa e para propor soluções que fortaleçam as políticas públicas voltadas a esse grupo.
Com o tema “Envelhecimento Multicultural e Democracia: Urgência por Equidade, Direitos e Participação”, a conferência se consolidou como um espaço democrático, marcado pela escuta ativa e pelo protagonismo das pessoas idosas. A programação incluiu palestras, mesas de debate, grupos temáticos de trabalho e uma plenária final para a aprovação de propostas, além da eleição dos delegados que representarão o DF na etapa nacional.
Na abertura, a secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, destacou a relevância de debater o envelhecimento diante das transformações demográficas previstas para os próximos anos. “Estamos nos preparando para um cenário em que, por volta de 2050, a população idosa será maior que a de jovens no Brasil. Precisamos garantir que essas pessoas tenham acesso a direitos e oportunidades de inclusão e participação”, afirmou.
Ela mencionou ainda iniciativas inovadoras da Sejus em favor da população idosa, como o projeto Hotelaria Solidária, criado durante a pandemia e reconhecido internacionalmente, e o programa Viver 60+, que promove o convívio social, a inclusão produtiva e a valorização das pessoas com mais de 60 anos. “Esses projetos têm permitido que hoje as pessoas idosas expressem seus direitos. Essa escuta ativa e o diálogo com o governo são essenciais para o avanço”, complementou Passamani.
O presidente do CDI-DF, Mauro Moreira de Oliveira Freitas, ressaltou o papel contínuo do conselho na defesa dos direitos da pessoa idosa. “Somos um órgão paritário, consultivo e deliberativo. Nosso trabalho é propor, acompanhar e fiscalizar políticas públicas voltadas às pessoas idosas, independentemente do governo”, disse.
Eixos temáticos e trabalho coletivo
A conferência foi organizada em cinco eixos principais: financiamento das políticas públicas; proteção da vida, saúde e acesso ao cuidado integral; combate à violência e abandono; participação social e protagonismo comunitário; e fortalecimento dos conselhos de direitos como política de Estado.
A professora Camila Alves Areda, coordenadora da Universidade do Envelhecer (Uniser), projeto da UnB dedicado ao envelhecimento saudável, defendeu a eficácia das políticas públicas e a valorização da escuta qualificada. “É essencial ouvir as pessoas idosas, identificar falhas e buscar melhorias. A universidade contribui com pesquisa e ações práticas que empoderam e garantem acesso a direitos”, explicou.
Experiência, voz e visibilidade
Entre os participantes estava Maria Aparecida de Jesus, 66 anos, moradora do Paranoá e integrante do programa Viver 60+. Participando pela segunda vez de uma conferência distrital, ela comemorou o espaço reservado à fala e à escuta. “Aqui podemos expressar o que falta e o que precisa mudar. Isto é fundamental, pois muitos acreditam que a pessoa idosa quer apenas descanso. Nós queremos dignidade, respeito e oportunidades também”, afirmou antes de participar de um debate sobre protagonismo.
A diversidade presente nos debates, a acessibilidade e a estrutura preparada para o público 60+ reafirmam o compromisso com um envelhecimento ativo, digno e respeitado. As propostas aprovadas seguirão para a etapa nacional da conferência, prevista para o segundo semestre.
Com informações da Secretaria de Justiça e Cidadania do Distrito Federal (Sejus-DF).