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sábado, 13/09/2025

Condenação a Bolsonaro enfraquece apelo para Tarcísio em 2026

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A condenação do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) removeu um dos principais incentivos para que Tarcísio de Freitas (Republicanos) deixe o governo de São Paulo e dispute a Presidência da República já em 2026. Após o julgamento no Supremo Tribunal Federal (STF), o prazo de inelegibilidade do ex-presidente foi ampliado, eliminando a urgência da decisão para o governador paulista apostar suas fichas em uma eleição contra Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é considerado um adversário forte por estar buscando a reeleição.

Antes da condenação na última quinta-feira (11/9) pela Suprema Corte por tentativa de golpe de Estado, Bolsonaro estava inelegível até 2030 por determinação do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Agora, mesmo com a possibilidade de anistia e considerando possíveis alterações na Lei da Ficha Limpa, ele só poderia tentar uma candidatura novamente em 2034.

Até então, aliados acreditavam que Bolsonaro poderia tentar retornar ao Planalto em 2030. Por isso, incentivavam Tarcísio a abrir mão de uma provável reeleição no governo de São Paulo para concorrer à Presidência em 2026. Entretanto, líderes da direita agora indicam que o governador pode assegurar um novo mandato no Palácio dos Bandeirantes e mirar uma candidatura presidencial em 2030, já que seu mentor permanecerá inelegível.

O grupo central da trama golpista, que foi julgado e condenado pelo STF, inclui:

  • Alexandre Ramagem, deputado federal e ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha;
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança Pública do Distrito Federal;
  • Augusto Heleno, general do Exército e ex-chefe do Gabinete de Segurança Institucional (GSI);
  • Mauro Cid, tenente-coronel do Exército e ex-ajudante de ordens de Bolsonaro (delator);
  • Jair Bolsonaro, capitão do Exército e ex-presidente da República;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa;
  • Walter Braga Netto, general da reserva e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa.

Um dos motivos apresentados por esse grupo, que defende mais cautela, é a falta de sucessores fortes para Lula na esquerda. A avaliação é que o PT não possui outras opções competitivas, o que tende a forçar disputas internas pelo nome do partido. Assim, há espaço para a direita concentrar esforços em Tarcísio para a corrida presidencial de 2030.

Inelegibilidade de Bolsonaro

Bolsonaro foi condenado a 27 anos e 3 meses de prisão por liderar uma tentativa de golpe para se manter no poder após sua derrota eleitoral em 2022. Outros seis réus receberam penas que variam entre 16 e 26 anos, com exceção de Mauro Cid, que foi sentenciado a dois anos em regime aberto.

Além da prisão, a Primeira Turma do STF declarou cinco anos de inelegibilidade para sete dos condenados no processo, incluindo Bolsonaro. Isso significa que ele só poderia disputar eleições novamente em 2062, considerando que o período de inelegibilidade começaria após o cumprimento da pena. Eventuais anistias poderiam antecipar essa data.

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