Um estudo recente do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) revela que aumentar a concorrência em todos os setores econômicos na América Latina e no Caribe pode elevar o Produto Interno Bruto (PIB) da região em 11% e, ao mesmo tempo, reduzir a desigualdade em 6%.
Matías Busso, economista-chefe do BID, explicou em uma videoconferência que os mercados da região são cerca de quatro vezes mais concentrados do que os das economias avançadas. Isso resulta em preços para os consumidores aproximadamente 15% mais altos e salários para os trabalhadores que chegam a apenas 50 centavos para cada dólar gerado nas empresas, enquanto em economias avançadas esse valor é de 80 centavos.
O relatório intitulado “Mercados e desenvolvimento: Como a concorrência pode melhorar vidas” foi elaborado ao longo de dois anos e meio, com uma análise comparativa inovadora de dados de toda a região.
Ilan Goldfajn, presidente do Grupo BID, destacou que, quando a concorrência funciona bem, o setor privado é capaz de gerar mais empregos, estimular a inovação e trazer melhores resultados para trabalhadores e consumidores.
O estudo indica que mais concorrência incentiva as empresas a produzir mais, contratar mais trabalhadores e investir mais, além de favorecer a formalização do trabalho, ou seja, a passagem do emprego informal para empregos com direitos trabalhistas e sociais garantidos.
Apesar dos avanços recentes na liberalização econômica e abertura de mercados, é necessário aprofundar a concorrência em todos os níveis para ampliar esses benefícios.
Um exemplo positivo citado é a desregulamentação do mercado de telefonia móvel, que facilitou a portabilidade numérica e tornou mais simples a mudança de operadora para os consumidores.
O relatório também alerta que o domínio de grandes intermediários ao longo da cadeia de suprimentos pode prejudicar produtores ao reduzir os valores pagos em mercados menos competitivos.
Essas medidas reforçam a importância de políticas que promovam uma concorrência maior para o crescimento econômico e redução das desigualdades na região.

