A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) projeta que a safra de grãos de 2025/26 atingirá um novo recorde, com uma produção estimada em 353,8 milhões de toneladas. Esse volume representa um aumento de 1% em relação à temporada 2024/25, quando foram colhidas cerca de 350,2 milhões de toneladas.
Os dados foram divulgados durante o evento “Perspectivas para a Agropecuária na Safra 2025/26”, realizado em parceria com o Banco do Brasil. Segundo a Conab, a alta na produção é impulsionada pelo aumento da área plantada, que deve crescer 3,1%, passando de 81,74 para 84,24 milhões de hectares. No entanto, a produtividade média deve ter uma leve queda de 2%, prevista em 4.199 quilos por hectare, abaixo dos 4.284 quilos colhidos na temporada anterior.
Edegar Pretto, presidente da Conab, destacou que a confiança dos agricultores é reforçada pelo volume recorde de investimentos e condições especiais de crédito proporcionadas pelo governo, como juros reais negativos por meio do Plano Safra. Além disso, a adoção de tecnologia e a experiência dos produtores contribuem para o fortalecimento do Brasil como um dos principais fornecedores globais de alimentos, fibras e bioenergia.
Para a soja, a principal cultura brasileira, a produção deve crescer 3,6%, alcançando 177,67 milhões de toneladas, puxada pelo aumento da área cultivada e pela recuperação da produtividade no Rio Grande do Sul. A demanda mundial pela soja segue em alta, tanto para alimentação animal quanto para a produção de biocombustíveis.
Já a produção total de milho, que engloba três safras, pode cair 1%, estimada em 138,3 milhões de toneladas. Esse recuo acontece apesar do aumento da área plantada, devido à queda na produtividade média após uma temporada anterior excepcionalmente favorável.
No caso do algodão, a tendência é de crescimento na área plantada, estimada em 3,5%, com destaque para estados como Bahia, Piauí, Minas Gerais e Tocantins. A produção deve crescer 0,7%, chegando a 4,09 milhões de toneladas, impulsionada pela boa rentabilidade da cultura.
A produção de arroz deve reduzir em 10,1%, para 11,5 milhões de toneladas, devido à menor área plantada e à queda na produtividade média, apesar de ainda estar em um patamar elevado historicamente. Essa redução reflete um cenário de excesso de oferta no mercado.
Para o feijão, a previsão é de uma produção estável, cerca de 3,1 milhões de toneladas, suficiente para garantir o consumo interno. A área plantada estimada é de 2,7 milhões de hectares, com produtividade média de 1.141 quilos por hectare.
Essas projeções indicam um crescimento moderado, mas seguro, da produção agrícola brasileira, reforçando a importância do setor para a economia do país e para o abastecimento global.