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sábado, 02/08/2025

Composição do músculo pode sinalizar risco de dor nas costas

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A dor lombar, também chamada de lombalgia, é a principal causa de incapacitação no mundo, conforme dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Em 2020, 619 milhões de pessoas foram afetadas por essa condição, um aumento de 60% desde 1990, e espera-se que esse número chegue a 843 milhões até 2050.

Um estudo recente publicado na revista The Lancet Regional Health – Europe por pesquisadores alemães examinou fatores que podem ser modificados para prevenir ou tratar essa dor, focando na relação entre a composição muscular e a lombalgia.

Mais de 30 mil pessoas com idade entre 19 e 74 anos foram avaliadas por ressonância magnética de corpo inteiro com suporte de inteligência artificial para analisar a composição muscular. Foram considerados também idade, sexo, atividade física, comorbidades, osteoporose e colesterol alto.

Os resultados mostram que níveis elevados de gordura dentro dos músculos da região torácica e lombar estão ligados a maiores chances de dor lombar crônica, enquanto maior massa muscular nessa área reduz a propensão a essa dor.

Fernando Jorge, ortopedista e membro da Sociedade Americana de Medicina Regenerativa (ASRM) e do Conselho Americano de Medicina Regenerativa, destaca que o estudo abre uma perspectiva positiva para o manejo da dor lombar incapacitante, sugerindo que a composição muscular é um fator de risco modificável que pode ser alvo de prevenção e tratamento.

Luciano Miller, ortopedista do Einstein Hospital Israelita e professor livre docente da Faculdade de Medicina do ABC, alerta que outros fatores como aspectos psicológicos, nutricionais e ocupacionais também devem ser investigados para melhor compreensão da dor lombar crônica. Ele explica que a quantidade de gordura nos músculos dorsais e lombares é influenciada por sedentarismo, envelhecimento, dieta, obesidade, resistência à insulina, questões hormonais, inflamatórias e genética.

Programas de reabilitação que incluem treino de força, controle nutricional e emagrecimento mostram eficácia para diminuir a gordura muscular, porém seus efeitos são lentos e dependem da intensidade, frequência e personalização dos exercícios, segundo Luciano Miller.

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