Uma nova opção de caneta para emagrecimento nacional está disponível nas farmácias a partir de segunda-feira (4/8). O Olire, fabricado pela empresa brasileira EMS, contém liraglutida como princípio ativo. Essa novidade oferece uma alternativa aos tratamentos contra a obesidade no Brasil, que já incluem remédios importados como Wegovy (semaglutida) e Mounjaro (tirzepatida).
O Olire foi aprovado pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em dezembro de 2024 e pode ser adquirido por um preço inicial de R$ 307,26 para uma unidade. Um kit com três canetas custa R$ 760,61.
O que são as canetas para emagrecimento?
Originalmente desenvolvidas para tratar diabetes tipo 2, essas canetas se tornaram populares como tratamento para obesidade e excesso de peso. Elas atuam no cérebro e no sistema digestivo para diminuir o apetite e aumentar a sensação de saciedade. Os principais ativos presentes nesses medicamentos são a liraglutida (Olire), a semaglutida (Wegovy e Ozempic) e a tirzepatida (Mounjaro). A aplicação da liraglutida é diária, enquanto as outras duas são administradas semanalmente.
Embora sejam eficazes, o uso desses medicamentos deve ser monitorado por um médico e acompanhado de mudanças no estilo de vida.
As três opções são indicadas para pacientes com excesso de peso ou obesidade, especialmente quando existem outras condições como diabetes ou hipertensão. Cada medicamento tem composição e modo de ação distintos, portanto, é importante entender essas diferenças para escolher o tratamento mais adequado.
Diferentes ativos e seus efeitos na perda de peso
A liraglutida, usada no Olire, é o princípio ativo com maior tempo de uso no Brasil, aprovada pela Anvisa há 12 anos e presente em produtos como Saxenda e Victoza da empresa dinamarquesa Novo Nordisk. Essa substância atua estimulando o receptor de GLP-1, gerando saciedade e retardando o esvaziamento do estômago. Porém, seu efeito na redução de peso é moderado e exige aplicação diária. Estudos indicam que os usuários podem perder em média 8% do peso corporal em cerca de um ano de tratamento, conforme o estudo SCALE publicado no New England Journal of Medicine.
Dr. Wandyk Allison, da clínica Tutti Belli em Balneário Camboriú, explica que “o Olire atua como agonista do receptor GLP-1, promovendo saciedade e retardando o esvaziamento gástrico, sendo aplicado diariamente por via subcutânea”.
O Wegovy, que também atua no receptor GLP-1, contém semaglutida e permite aplicação semanal, proporcionando um controle do apetite mais forte. Em testes clínicos, a dose elevada do medicamento resultou em redução média de quase 21% do peso corporal após 72 semanas, com um terço dos participantes alcançando até 25% de perda.
Já o Mounjaro possui a ação mais ampla, atuando em receptores de GLP-1 e GIP, outro hormônio que regula o apetite e o metabolismo. Quando combinado com exercício físico, pode levar a uma perda de até 20% do peso corporal.
Dr. Wandyk Allison comenta que “essa combinação intensifica o controle do apetite, melhora a regulação da glicose e pode aumentar o gasto energético. Assim como o Wegovy, é aplicado uma vez por semana”.
Preço dos medicamentos
- Olire: R$ 307,26 (unidade) e R$ 760,61 (kit com três canetas).
- Wegovy: varia de R$ 875 a R$ 1.799, dependendo da dosagem e local de compra.
- Mounjaro: vendido em caixas com quatro canetas para um mês, custando entre R$ 1.907,29 e R$ 2.384,34, conforme a dose.
Indicações e possíveis efeitos colaterais
Os especialistas alertam que a resposta ao tratamento pode variar de pessoa para pessoa. Dr. Renato Zilli, endocrinologista do Hospital Sírio-Libanês e membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, destaca que “os estudos indicam médias de eficácia, mas cada paciente responde de forma diferente”.
Os efeitos adversos mais comuns envolvem sintomas gastrointestinais, principalmente nas primeiras semanas ou durante ajuste de dosagem, como náuseas, vômitos, diarreia, prisão de ventre e fraqueza.
Dr. Marcio Krakauer, endocrinologista de São Paulo, explica que “essas reações aparecem em mais de 5% dos pacientes e tendem a ser mais fortes com os medicamentos mais potentes”.
A forma de aplicação também influencia na adaptação: a dosagem diária da liraglutida pode ser mais difícil para alguns, enquanto as administrações semanais (Wegovy e Mounjaro) costumam ser melhor aceitas.
A escolha do tratamento deve ser feita em conjunto com o médico, considerando o perfil do paciente, objetivos e tolerância a efeitos colaterais. É fundamental que o medicamento seja usado junto a hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada e atividade física regular.