Com o início do ano, muitas famílias enfrentam dificuldades financeiras devido a grandes despesas nos primeiros meses, como o Imposto Predial e Territorial Urbano (IPTU), o Imposto sobre Veículos Automotores (IPVA), gastos com matrícula e material escolar, além das despesas acumuladas durante festas e viagens de fim de ano. Para passar 2026 com as finanças em ordem, o segredo é se planejar.
De acordo com o sociólogo e economista César Bergo, professor de Mercado Financeiro da Universidade de Brasília (UnB) e conselheiro do Conselho Regional de Economia do DF, o começo do ano exige cuidado extra. “Tem impostos, despesas escolares e, muitas vezes, gastos com férias. Tudo isso pode apertar o orçamento, por isso, é essencial que as pessoas se planejem”, recomenda o economista.
O primeiro passo, segundo o especialista, é listar todas as despesas e fazer um orçamento realista, onde os gastos estejam dentro da renda mensal. “É preciso ter disciplina e cuidado para evitar compras desnecessárias, especialmente as feitas por impulso. Quando a pessoa organiza suas finanças, consegue enfrentar melhor as dificuldades durante o ano”, destaca.
César Bergo também reforça a importância de planejar não só os gastos imediatos, mas o ano inteiro de 2026. “É fundamental prever quanto pode ser gasto e, principalmente, quanto se pode economizar. Ter uma reserva para emergências é indispensável, para imprevistos como problemas de saúde ou outras emergências”, diz. Outro ponto importante é controlar o uso de crédito. “Evitar usar muito o cartão de crédito ajuda a não entrar em dívidas durante o ano”, completa.
César aponta que, independentemente da renda, algumas atitudes fazem grande diferença: planejamento anual, diálogo em família sobre as despesas, consumo consciente e cuidado com o crédito são exemplos. “Essas atitudes ajudam a manter as finanças em equilíbrio e a ter um ano com mais segurança financeira”, conclui.
Buscando controle
Entre os jovens, a consciência sobre a importância do controle financeiro está crescendo. A universitária de comunicação Anna Júlia Gomes, 21 anos, de Ceilândia Sul, conta que até pouco tempo controlava apenas os gastos básicos. “Eu anotava despesas fixas, como telefone. Neste ano, senti necessidade de me organizar melhor. Ainda não está perfeito, mas já melhorei bastante”, relata.
Para 2026, Anna Júlia quer avançar mais. Um dos seus desafios é quitar dívidas. “Hoje meu nome está negativado. Quero juntar dinheiro para resolver isso”, diz. Ela pretende reduzir gastos e aumentar a renda, fazendo mais trabalhos extras. “Quero fazer freelances e cortar algumas despesas, pois sou consumista”, admite.
Ela também planeja criar o hábito de poupar, mesmo que aos poucos. “Quero abrir uma poupança. Vi um desafio nas redes sociais para guardar R$ 20 em janeiro, R$ 40 em fevereiro. Para quem nunca poupou, começar devagar já é um bom começo”, afirma. Entre as mudanças para o próximo ano, ela quer parar de parcelar compras pequenas e pensar melhor no custo antes de gastar.
Organização como objetivo
A busca por equilíbrio financeiro também é meta da cabeleireira Fabiana Vieira, 30 anos, de Ceilândia. Ela diz que costuma planejar suas finanças no começo do ano, mas ainda enfrenta desafios. “Meu maior problema hoje são as dívidas, e quero resolver isso em 2026”, afirma.
Fabiana quer cortar gastos desnecessários e criar o hábito de guardar dinheiro. A meta dela é reservar cerca de R$ 200 por mês para futuramente comprar um apartamento ou um carro. “No começo do ano, o que pesa mais são as despesas com material escolar”, comenta. Sua principal mudança para o próximo ano será a organização total da sua vida financeira. “Quero realmente colocar tudo em ordem”, conclui.

