O domínio do Google sobre as pesquisas na internet pode estar ameaçado pelo comportamento de ir ao TikTok para encontrar respostas
O TikTok é conhecido por seus vídeos de dança, esquetes de humor curtíssimas e tendências musicais. Mas para a geração Z, a fatia da população que nasceu a partir dos anos 2000, o aplicativo de vídeo também é um mecanismo de busca.
É o que indicam as decisões da ByteDance de evidenciar sugestões de buscas dentro do aplicativo. A ideia, sobretudo, é a se valer do poderoso algoritmo do TikTok — que personaliza os vídeos mostrados — para sugerir pesquisas mais direcionadas
Assim, um vídeo sobre um restaurante italiano já indica que o próximo seja sobre “como fazer espaguete a bolonhesa”. Ou, um vídeo sobre curiosidades matemáticas encaminha para um que ensina “como calcular a regra de três”.
Esse fluxo de experimentação dos conteúdos é combinada com a sensação de que pessoas reais no aplicativo estão sintetizando e fornecendo informações de um jeito casual, em vez de sites que tentam falar com diferentes públicos e com textos otimizados para aparecerem na primeira página no Google entre vários anúncios.
Nesse novo comportamento, é dado como certo que, por exemplo, uma crítica escrita sobre um restaurante não é possível capturar seu ambiente, menus e atendimento como um corte pequeno e bem editado consegue.
Logo, a ascensão do TikTok como ferramenta de descoberta faz parte de uma transformação mais ampla na pesquisa na internet. Embora o Google continue sendo o mecanismo de busca dominante no mundo, as pessoas já recorrem à Amazon para pesquisar informações sobre produtos, ao Instagram para se manter atualizado sobre tendências e ao Twitter para buscar notíciais.
Mas o Google já está ciente das rachaduras em seu domínio. Enquanto força um concorrente por meio do Shorts, no Youtube, a empresa já usa os resultados do próprio TikTok para incrementar a primeira página de respostas no buscador.
A estratégia, por hora, pode segurar a posição do Google, mas não há garantia de até quando bastará.