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segunda-feira, 11/08/2025

Como emoções negativas afetam a amamentação

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Amamentar vai além de um simples ato físico; é um processo profundamente influenciado pelo estado emocional da mãe. Quando ela está sob estresse ou ansiedade, o corpo libera hormônios que podem impactar diretamente a produção do leite.

Segundo especialistas, essas emoções dificultam a saída do leite e podem diminuir sua quantidade. Guilherme Dantas, mastologista do Grupo Oncoclínicas e da Secretaria de Saúde do Distrito Federal, explica que a ansiedade, depressão e estresse prolongado elevam os níveis de adrenalina e cortisol. Esses hormônios interferem na ação da ocitocina, que é responsável pela liberação do leite.

“O bebê pode encontrar mais dificuldade para mamar, o que reduz a prolactina e, consequentemente, diminui a produção do leite”, esclarece o médico. Quando esse ciclo se repete por muito tempo, há risco da amamentação cessar completamente.

De acordo com a pediatra Suamy Goulart, do grupo Mantevida, o estresse e a ansiedade não somente influenciam a quantidade de leite produzida, mas podem alterar levemente alguns componentes protetores do leite, como as imunoglobulinas.

Porém, ela ressalta que essas modificações são sutis e não comprometam a qualidade nutricional do leite materno. “O corpo da mulher reage ao ambiente, mas mantém o essencial”, afirma. Médico e pediatra garantem que o leite materno continua nutritivo e seguro, mesmo diante de instabilidades emocionais.

Mães sob estresse podem sentir mais desconforto durante a amamentação, tornando o processo ainda mais desafiador.

Importância da rede de apoio na amamentação

Mais do que controlar o estresse, o ideal é prevenir por meio de acolhimento, ambiente tranquilo e suporte profissional. O sucesso na amamentação depende não só de fatores fisiológicos, mas também da experiência emocional da mãe.

“O contato pele a pele com o bebê, a escolha de ambientes silenciosos para as mamadas, o apoio de grupos de amamentação e práticas como respiração profunda e mindfulness podem contribuir positivamente”, orienta Guilherme Dantas.

Cuidar da saúde mental da mãe é essencial nessa jornada. O apoio emocional, muitas vezes negligenciado, pode ser tão importante quanto uma boa alimentação ou descanso adequado. Suamy Goulart sintetiza: “O leite materno leva mais do que nutrientes. Ele transmite afeto, conexão e tudo que a mãe sentiu e viveu”.

Como o estresse impacta a amamentação

  • Produção e ejeção afetadas: estresse, ansiedade e depressão alteram a liberação dos hormônios prolactina e ocitocina, que são essenciais para a produção e saída do leite.
  • Qualidade mantida: apesar das emoções negativas, o leite mantém os nutrientes essenciais para o bebê.
  • Componentes de defesa modificados: em casos específicos, pode haver alterações sutis em imunoglobulinas, que auxiliam na proteção do bebê.
  • Rede de apoio é fundamental: um ambiente calmo, vínculo afetivo com o bebê e suporte emocional facilitam a amamentação.

A amamentação é também um momento de conexão única entre mãe e bebê. Esse vínculo, embora fisiológico, é permeado por sentimentos, pressões sociais e desafios do dia a dia.

Especialistas reforçam que, diante das dificuldades, o mais importante é acolher a mãe, sem julgamentos. Não existem mães perfeitas, mas existem mães que, com apoio, conseguem vivenciar a amamentação com menos culpa e mais presença.

No final, amamentar é um ato de escuta ao próprio corpo e de cuidado com a saúde mental.

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