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sábado, 16/08/2025

Como ajudar alguém com depressão: atitudes que fazem a diferença

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A depressão é uma condição mental que frequentemente se manifesta de maneira silenciosa, com mudanças graduais no dia a dia. Alterações no sono, apetite e energia, assim como perda de interesse em atividades antes prazerosas, podem ser indicativos iniciais da doença.

O que distingue a depressão de um episódio temporário de tristeza é a persistência e intensidade dos sintomas, além do impacto negativo na vida da pessoa.

Quando a tristeza dura mais de duas semanas e vem acompanhada de sintomas como desânimo contínuo, dificuldade para realizar tarefas diárias e pensamentos negativos constantes, é fundamental procurar ajuda médica.

Como ajudar alguém com depressão

Estar presente sem pressionar é essencial para apoiar quem enfrenta a depressão. Gestos simples mostram cuidado verdadeiro e ajudam a criar um ambiente seguro, sem exigir respostas imediatas ou mudanças.

“Perguntar como a pessoa está, oferecer companhia para atividades simples ou apenas estar ao lado em silêncio, são formas de demonstrar apoio”, explica a psicóloga Marianne Marchetti, que atende em Santo André (SP).

Ela ressalta que compreender o isolamento como parte do processo de recuperação evita interpretações erradas e pressões desnecessárias. Manter equilíbrio entre apoio e respeito ao espaço pessoal é crucial, comunicando disponibilidade, mantendo contato frequente e entendendo quando a pessoa precisar ficar sozinha.

Erros comuns, como dar conselhos prontos, minimizar o sofrimento, pressionar pela melhora rápida, usar culpa ou realizar comparações, podem afastar ainda mais a pessoa.

Marianne reforça que a escuta ativa é a melhor ferramenta para ajudar alguém com depressão. Ouvir com atenção e validar os sentimentos da pessoa não significa resolver seus problemas, mas mostrar que ela não está sozinha e que suas emoções são reconhecidas.

Frases como “eu sei que está difícil” ou “estou aqui para o que precisar” demonstram empatia e acolhimento.

Além disso, quem apoia também deve cuidar de si mesmo, mantendo atividades prazerosas, buscando apoio em amigos, família ou terapia, e respeitando seus limites para evitar esgotamento emocional.

“Oferecer suporte não quer dizer carregar sozinho a responsabilidade pela recuperação do outro”, orienta Marianne.

O papel do tratamento

O tratamento da depressão inclui acompanhamento médico, psicoterapia e, em algumas situações, medicamentos que auxiliam a pessoa a recuperar motivação e clareza.

A psiquiatra Milliane Rossafa, que atende em Rio Preto (MG), explica que os sintomas aparecem gradualmente e devem ser observados para que a pessoa busque ajuda antes que o quadro se agrave.

O tratamento medicamentoso corrige desequilíbrios neuroquímicos, trazendo mais energia e clareza mental, o que potencializa a psicoterapia e outras intervenções.

“Medicamentos ainda carregam preconceitos, mas é importante esclarecer que eles não alteram a personalidade nem indicam fraqueza”, explica Milliane.

Em casos graves, especialmente com risco de suicídio, a prioridade é garantir que a pessoa não fique sozinha. Procurar ajuda especializada é fundamental.

Ter familiares e amigos que compreendam a doença, ofereçam incentivo e respeitem limites é decisivo. A presença constante, mesmo em silêncio, fortalece o sentimento de pertencimento e segurança, essenciais para enfrentar a depressão.

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