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sexta-feira, 27/06/2025




Como a alimentação saudável auxilia no controle do diabetes

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Maria das Dores de Siqueira, uma dona de casa, mudou sua rotina depois que descobriu que tem diabetes tipo 2. A descoberta foi inesperada: “Eu estava sentindo tontura, náusea, visão borrada e não estava me sentindo bem. Foi minha neta que notou os sintomas e disse: ‘Vó, isso é parecido com o que meu pai sente, e ele tem diabetes’”.

Ao medir o açúcar no sangue com o aparelho do filho, Maria das Dores percebeu que seu nível de glicose estava muito elevado, o que a levou ao hospital para internação. Desde esse momento, sua maior dificuldade tem sido se alimentar corretamente. “Passei fome na infância. Hoje, que posso comprar alimentos, tenho que abrir mão dos meus pratos preferidos”, desabafa, aos 56 anos. Pratos como macarronada, feijão tropeiro e salada de maionese são alguns dos que ela mais sente falta, mas ela se esforça para manter a disciplina: “Nem sempre é fácil, tem dias que me controlo e outros que exagero. Mas sei que cuidar da minha saúde é o melhor presente que posso me dar”.

Maria é acompanhada por uma unidade básica de saúde (UBS) e representa milhões de brasileiros que vivem com diabetes. De acordo com o Ministério da Saúde, mais de 20 milhões de pessoas no Brasil têm essa condição. Durante a semana de conscientização sobre o diabetes, especialistas destacam que a alimentação é uma das principais formas de controlar e prevenir a doença.

Controle da glicose

O que comemos diariamente influencia diretamente os níveis de açúcar no sangue. A nutricionista Talitha Elcana Florêncio, chefe do Serviço de Nutrição e Dietética do Hospital de Base (HBDF), explica que os alimentos impactam diretamente no controle da glicose.

“Uma dieta balanceada evita picos de açúcar e melhora a reação do organismo à insulina”, afirma. Ela aponta os principais inimigos na alimentação: alimentos ultraprocessados, como refrigerantes, biscoitos recheados e fast food. “Esses alimentos têm altos teores de açúcar, gorduras ruins e aditivos. O consumo exagerado de carboidratos simples, como pão branco e arroz, aumenta o risco de desenvolver diabetes tipo 2.”

Alternativas simples

Substituir o arroz branco pelo integral, optar por pães integrais ou trocar o refrigerante por água com sabor são atitudes que ajudam a manter a glicemia estável ao longo do dia.

Outra orientação é manter horários regulares para as refeições. “Ficar muitas horas sem comer pode causar baixa de açúcar seguida de aumento rápido. Fazer as refeições em horários fixos ajuda o corpo a se ajustar melhor”, sugere Talitha.

O plano alimentar deve ser personalizado. “Cada pessoa reage de um jeito. Algumas preferem comer a cada 3 horas, outras têm intervalos maiores. O importante é respeitar o ritmo e o estilo de vida individual”, orienta a nutricionista.

Prevenção por meio da alimentação e exercício físico

Talitha ressalta que o pré-diabetes pode ser revertido apenas com mudanças no estilo de vida, sem necessidade de remédios: “Uma dieta saudável e prática regular de exercícios conseguem normalizar os níveis de açúcar. Quanto mais cedo começar, melhor.”

A nutricionista também alerta sobre produtos diet e light: “Nem tudo que é diet é saudável. Muitos têm excesso de gordura ou sódio. É fundamental ler os rótulos e sempre que possível preferir alimentos naturais.”

Planejamento é fundamental

Para quem encontra dificuldade de manter uma alimentação balanceada, a organização é essencial. “Quando a fome surge, é fácil optar por alimentos inadequados. Ter opções saudáveis por perto faz toda a diferença”, aconselha Talitha.

Hoje em dia, aplicativos e ferramentas digitais auxiliam no controle da glicose. “Esses recursos são úteis, mas devem ser usados junto com a orientação de um profissional”, conclui a nutricionista.




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