A Comissão Mista Parlamentar de Inquérito (CPMI) do INSS recusou, nesta quinta-feira (4/12), a chamada do empresário Fábio Luiz Lula da Silva, conhecido como Lulinha, filho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). A decisão foi tomada com 19 votos contrários e 12 favoráveis.
O pedido para convocar o filho do ex-presidente foi apresentado pelo partido Novo. No documento, o deputado Marcel Van Hattem (Novo-RS) afirmou que, durante depoimentos, Eli Cohen contou que o contador João Muniz Leite teria recebido valores de desvios. Na época, ele era responsável pelas contas de Lulinha.
Na mesma data, o site Poder 360 publicou e o Metrópoles confirmou, por meio da coluna de Andreza Matais, que uma testemunha declarou à Polícia Federal (PF) que Lulinha teria recebido mensalmente cerca de R$ 300 mil de Antônio Carlos Camilo Antunes, também conhecido como ‘Careca do INSS’.
Esse testemunho foi levado à CPMI do INSS no Congresso Nacional por Edson Claro, ex-funcionário de Antunes, que relata estar sofrendo perseguição dele.
Farra no INSS
O escândalo conhecido como “farra no INSS” veio à luz em dezembro de 2023 após várias reportagens do Metrópoles, que mostraram o crescimento brusco das receitas de associações através de descontos indevidos aplicados a aposentados, chegando a R$ 2 bilhões em apenas um ano. Diversas entidades enfrentam processos por filiações falsas.
Essas denúncias levaram à abertura de investigações pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União (CGU). A Operação Sem Desconto, realizada em abril deste ano, resultou na saída do então presidente do INSS e do ministro da Previdência, Carlos Lupi. Ao todo, 38 reportagens do portal foram citadas pela PF na ação que originou a operação.
Além disso, na mesma sessão, a comissão aprovou a convocação do dono do Banco Master, Daniel Vorcaro, e do governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo). Por outro lado, foram rejeitados os pedidos para convocar líderes de alguns bancos como C6 e Santander, assim como a presidente do Banco Crefisa e do Palmeiras, Leila Pereira.
Última sessão do ano da CPMI
A comissão realizou a última sessão do ano nesta quinta-feira. A expectativa é de que os trabalhos sejam concluídos em março, mas o presidente da CPMI, senador Carlos Viana (Podemos-MG), anunciou que solicitará uma extensão de 60 dias para continuar com os depoimentos. A autorização para essa prorrogação cabe ao presidente do Congresso Nacional, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP). Anteriormente, durante a Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investigava as apostas ilegais, Davi Alcolumbre não permitiu a extensão do prazo dos trabalhos.