Economias emergentes como a China e outros países asiáticos puxaram o crescimento; no Brasil, a expectativa é que a balança comercial chegue ao final de 2021 com superávit recorde
O comércio global começou 2021 com o pé direito após a recuperação dos volumes no final do ano passado em relação à queda nos primeiros meses da pandemia, segundo novos dados.
O comércio mundial de mercadorias aumentou 4% no quarto trimestre, após o salto de 11,5% nos três meses anteriores. Com isso, os volumes totais fecharam com queda de 5,3% em 2020 em relação ao ano anterior, segundo relatório publicado pelo Escritório de Análise de Política Econômica dos Países Baixos.
A queda anual foi muito mais leve do que as previsões anteriores de grupos como a Organização Mundial do Comércio, que previa um colapso do comércio internacional de até 32%, o que teria sido equivalente às perdas durante a Grande Depressão.
Economias emergentes como a China e outros países asiáticos puxaram o crescimento do comércio global em 2020, com fortes volumes de importação e exportação, de acordo com o relatório.
Exportações brasileiras antecipam retomada global do comércio
Apesar do déficit de US$ 1,125 bilhão, os números da balança comercial brasileira em janeiro não preocupam o mercado. Somados à chegada das vacinas contra o coronavírus e ao aumento dos preços da soja, minério e petróleo, a expectativa é que o índice chegue ao final de 2021 com um superávit ainda maior que o recorde de 2017, quando a balança ficou positiva em US$ 67 bilhões.
Em janeiro, não só as exportações registraram uma alta de 12,4%, mas também as importações, que cresceram 22% no setor agropecuário, 7,6% na indústria extrativa e 6,5% na indústria de transformação. O movimento reflete a expectativa de reversão da deterioração econômica de 2020.
“As empresas estão investindo de olho na retomada da economia global”, explica o advogado João Alfredo Lopes Nyegray, especialista em negócios Internacionais e coordenador do curso de Comércio Exterior na Universidade Positivo. “Para aproveitar esse momento, a indústria está se preparando para oferecer produtos melhores, ao mesmo tempo que reduz custos de produção. Trazer maquinário e insumos de fora é um grande trunfo nessa equação comercial.”