Área de pesquisa do banco americano levou em conta cenário em que 3 vacinas são aprovadas até janeiro e aplicação no mundo rico acontece até setembro
A perspectiva de aprovação para uso em escala comercial de ao menos três vacinas para o novo coronavírus animou a população global e investidores quanto ao fim da pandemia e a retomada da vida como era antes. Para a área de pesquisa de um dos maiores bancos globais, o Citi, a chamada imunidade de rebanho poderá ser alcançada no fim de 2021.
É o que aponta um estudo divulgado pelo banco de investimentos americano nesta segunda-feira, 23. O estudo tem como base um cenário em que três vacinas são aprovadas neste fim de 2020 ou até janeiro do próximo ano: a da Pfizer com a BioNTech, a da AstraZeneca com a Universidade de Oxford e a da empresa de biotecnologia Moderna.
Nesse cenário, países desenvolvidos como Estados Unidos, Reino Unido, países da União Europeia e Japão sairiam na frente, uma vez que, segundo cálculos do Citi, tais governos respondem por 85% dos pedidos de doses previamente acertados com os laboratórios. A vacinação em massa no mundo rico aconteceria do segundo para o terceiro trimestre de 2021, com a imunidade de rebanho sendo alcançada nos três meses finais do ano.
A imunidade de rebanho é o termo que expressa a condição em que a população de um país ou uma região está protegida de forma tão disseminada que a propagação do vírus é reduzida a percentuais muito mais baixos.
No mesmo estudo, a área de pesquisa do Citi aponta os ganhos para a economia global — e, por tabela, para os investidores: o PIB mundial teria um acréscimo de 0,7 ponto percentual em 2021 e de 3 pontos percentuais em 2022 com a ampla vacinação.
Os efeitos econômicos positivos sobre a economia serão mais amplos em economias desenvolvidas do que em emergentes e no mundo pobre, segundo o estudo.
Incertezas
Os pesquisadores do Citi fazem ressalvas em relação aos fatores que mais podem impactar o cenário-base montado: a eficácia da vacina quando aplicada em larga escala — os dados existentes são de testes –, a taxa de contágio do vírus (algo do qual ainda existem dúvidas), a capacidade de aumento da produção da vacina por laboratórios e governos e a aceitação das mesmas pela população.