A importação reflete o estado da produção interna e da atividade brasileira; entre abril e julho, total importado foi 21% menor que no ano anterior
Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro na área de comércio exterior assumiram os cargos no início do ano passado repetindo o bordão: “importar é o que exporta”. A frase era uma inversão do título de um programa da ditadura militar – “exportar é o que importa” – que, a partir de 1967, incluiu o financiamento de exportações e devolução de impostos sobre as vendas ao exterior.
Com o objetivo declarado de abrir a economia brasileira e reduzir tarifas de importação, a ideia do atual governo é que a compra de insumos e máquinas do exterior aumentaria a produção brasileira e, por consequência, as exportações.
A pandemia do coronavírus, porém, derrubou um dos pilares do mantra. Se as vendas brasileiras conseguiram recuar menos de janeiro a julho (6,4%), sustentadas pelo agronegócio, as importações chegaram a encolher 35,5% no mês de julho, acumulando uma queda de 10,5% nos sete primeiros meses do ano.
Depois de um primeiro trimestre atipicamente forte, as compras do exterior começaram a registrar quedas acima de dois dígitos a partir de abril. Considerado o período entre abril e julho, o total apresenta queda de 21% na comparação com o ano anterior. As importações chegaram a 46 bilhões de dólares, nível que, nos últimos dez anos, só foi alcançado em 2016.
Auxiliares do presidente Jair Bolsonaro na área de comércio exterior assumiram os cargos no início do ano passado repetindo o bordão: “importar é o que exporta”. A frase era uma inversão do título de um programa da ditadura militar – “exportar é o que importa” – que, a partir de 1967, incluiu o financiamento de exportações e devolução de impostos sobre as vendas ao exterior.
Com o objetivo declarado de abrir a economia brasileira e reduzir tarifas de importação, a ideia do atual governo é que a compra de insumos e máquinas do exterior aumentaria a produção brasileira e, por consequência, as exportações.
A pandemia do coronavírus, porém, derrubou um dos pilares do mantra. Se as vendas brasileiras conseguiram recuar menos de janeiro a julho (6,4%), sustentadas pelo agronegócio, as importações chegaram a encolher 35,5% no mês de julho, acumulando uma queda de 10,5% nos sete primeiros meses do ano.
Depois de um primeiro trimestre atipicamente forte, as compras do exterior começaram a registrar quedas acima de dois dígitos a partir de abril. Considerado o período entre abril e julho, o total apresenta queda de 21% na comparação com o ano anterior. As importações chegaram a 46 bilhões de dólares, nível que, nos últimos dez anos, só foi alcançado em 2016.
“Os primeiros meses da pandemia foram horríveis. A indústria automobilística, que é muito forte no Brasil, ficou 70 dias com a atividade parada. Houve também redução na linha branca. Isso prejudicou muito”, explica o presidente da Associação Brasileira dos Importadores de Máquinas e Equipamentos (Abimei), Paulo Castelo Branco.
Ele afirma que a pandemia fez os importadores segurarem encomendas e acumularem estoques, que só não foram maiores porque, entre janeiro e abril, a China estava com a produção parada e os brasileiros enfrentaram dificuldades em trazer maquinários e outros produtos.
Foi o que aconteceu com o empresário Reinaldo Bonilha, presidente do PR2 Group, que representa uma indústria chinesa de máquinas de corte de metal. “No fim de janeiro já tivemos um pré-impacto do exterior, com a paralisação da China. Em março, quando eles voltaram, o Brasil parou. Todo mundo colocou o pé no freio e a queda nas vendas foi praticamente de 95%, ainda mais com o dólar em alta”, contou.
Bonilha lembra que os primeiros meses haviam sido ‘atipicamente fortes’, mas que, ainda assim, sua empresa teve queda de 40% no faturamento no primeiro semestre.