O Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF) está vivendo um dos períodos mais complexos do ano. Os estoques dos tipos sanguíneos O positivo e O negativo, essenciais para atendimentos de emergência e procedimentos cirúrgicos, encontram-se abaixo da margem segura.
De acordo com o Dr. Luiz Henrique Ramos, chefe do Serviço de Hematologia, Hemoterapia e Transplante de Medula Óssea do Hospital de Base, o Distrito Federal enfrenta uma situação desafiadora. “Estamos entre os maiores consumidores de sangue da região Centro-Oeste, com cerca de 3 mil transfusões mensais, contudo, dependemos exclusivamente da solidariedade dos doadores para manter os estoques disponíveis para distribuição pela Fundação Hemocentro de Brasília”, explica.
Com a chegada do outono e o aumento de infecções respiratórias, como a gripe Influenza, muitos doadores regulares estão temporariamente impossibilitados de doar devido a sintomas gripais. “Temos um cadastro de doadores com tipos sanguíneos raros, acionados frequentemente, mas com a alta circulação viral, muitos ficam temporariamente inaptos para doação. Por isso, é crucial aumentar o número de voluntários”, destaca.
Diante desse cenário, o especialista lança um apelo: “Estamos em uma situação de contingência. O sangue não é fabricado em laboratório; depende 100% da doação voluntária. Contamos unicamente com a generosidade das pessoas”.
Parceria com o Hemocentro
Para fortalecer os estoques, a Comissão Interna de Prevenção de Acidentes e Assédio (Cipa) do Hospital de Base está promovendo uma campanha especial de doação de sangue nesta segunda-feira (16), em colaboração com o Hemocentro de Brasília. A iniciativa faz parte do Junho Vermelho e visa sensibilizar tanto profissionais de saúde quanto a população.
Até o momento, 15 voluntários já se inscreveram e estão aptos a doar. O Hemocentro oferecerá transporte aos doadores no dia da campanha. “Temos um grupo inicial confirmado, mas isso é apenas o começo. Precisamos mobilizar todo o Distrito Federal. Cada doação pode salvar até quatro vidas”, reforça Dr. Luiz Henrique.
Márcio Pascoal, membro da Cipa e um dos organizadores da ação, ressalta o objetivo da campanha: “Queremos que cada pessoa se torne um multiplicador desta causa. Doar sangue é um ato simples, rápido e vital”.
O designer Paulo Inglês, 23 anos, um doador regular desde os 17, apoia o movimento: “Desde minha primeira doação, reconheço o impacto desse gesto. Sempre penso que poderia ser alguém da minha família precisando. A doação é segura, fácil e faz toda a diferença”.
Quem pode doar sangue?
A doação de sangue é um procedimento seguro e rápido, regido por critérios do Ministério da Saúde. Para ser doador, é necessário:
- Ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 anos precisam de autorização);
- Pesar mais de 51 kg e ter índice de massa corporal superior a 18,5;
- Estar em boas condições de saúde e alimentado;
- Não apresentar sintomas gripais ou de covid-19;
- Não ter consumido álcool nas últimas 12 horas;
- Ter dormido pelo menos 6 horas na noite anterior;
- Respeitar o intervalo mínimo entre doações (2 meses para homens e 3 meses para mulheres);
- Evitar fumar nas duas horas antes da doação.
Como participar?
Quem deseja contribuir pode procurar a Fundação Hemocentro de Brasília, localizada na Asa Norte, próximo ao Hran e à Fepecs. O local atende de segunda a sábado para doações regulares e também participará da ação especial no dia 16 de junho. Informações adicionais estão disponíveis no site oficial da Fundação.
Com informações do IgesDF