Aumento dos preços coincide com a tendência da economia mundial, atingida pela guerra na Ucrânia e a escalada dos custos da energia
A Colômbia registrou uma inflação anual de 13,1% em 2022, a maior desde 1999, informou nesta quinta-feira o Departamento Administrativo Nacional de Estatística (Dane).
“Estávamos há mais de 21 anos sem registrar níveis de inflação como o que estamos vivendo no país”, disse a diretora do Dane, Piedad Urdinola, em entrevista coletiva. Apenas em março de 1999 a Colômbia registrou “um nível de inflação semelhante”, de 13,9% em 12 meses, destacou.
A inflação ao fim de 2022 ficou acima da meta do Banco de la República (emissor), de 3%. O aumento dos preços coincide com a tendência da economia mundial, atingida pela guerra na Ucrânia e a escalada dos custos da energia, os problemas ligados às cadeias de abastecimento afetadas pela pandemia, e um período de taxas de juros extremamente baixas, que estimulou o consumo.
A diretora do Dane destacou os estragos causados pelo aumento da cotação do dólar na Colômbia, onde a moeda local se desvalorizou em novembro a mínimas históricas.
Pela primeira vez governado pela esquerda, o país registra uma taxa de desemprego urbano (referência nacional) de 9,9%, e quase 40% de seus 50 milhões de habitantes vivem na pobreza. O ministro da Fazenda, José Antonio Ocampo, estabeleceu como meta para 2023 reduzir a inflação.