O governo da Colômbia comunicou que os Estados Unidos garantiram que não planejam realizar uma intervenção militar na Venezuela, mesmo com as ameaças feitas ao presidente Nicolás Maduro. A informação foi divulgada nesta quinta-feira (28/8) pela ministra das Relações Exteriores do país, Rosa Villavicencio.
Segundo a diplomata, essa garantia foi dada após encontros entre representantes norte-americanos e colombianos tratando do tema.
“Com base nas discussões que tivemos com o embaixador, seus representantes e também com deputados que visitaram o país recentemente, oriundos da Colômbia, concluímos que não há intenção de realizar intervenção”, declarou Villavicencio em entrevista ao jornal colombiano El Espectador. “Foi o que nos informaram”.
Apesar do anúncio da chanceler colombiana, o relacionamento entre EUA e Venezuela continua envolto em incertezas.
No dia 18 de agosto, a mídia dos Estados Unidos divulgou que a administração do presidente Donald Trump autorizou o envio de uma frota naval para as proximidades da Venezuela.
Um dia depois, a Casa Branca respondeu às perguntas sobre o envio. A porta-voz Karoline Leavitt afirmou que o presidente dos EUA tem a intenção de empregar “todo o poder” do país contra organizações de tráfico de drogas na América Latina — incluindo o governo de Nicolás Maduro.
Com questionamentos da comunidade internacional a seu governo, o presidente venezuelano é apontado por Washington como líder do cartel conhecido como Los Soles.
Esse grupo foi recentemente classificado pelos EUA como uma organização terrorista, como parte de uma mudança na política externa norte-americana de combate ao tráfico internacional. Essa designação tem consequências práticas e permite que as forças militares dos Estados Unidos atuem em outros países alegando a luta contra o terrorismo.
Devido à movimentação militar norte-americana próxima à Venezuela, o presidente Maduro ordenou a mobilização de milícias, civis e das Forças Armadas do país. Além de convocar 4,5 milhões de milicianos, navios e aeronaves não tripuladas começaram a patrulhar áreas costeiras, e tropas foram deslocadas para a fronteira com a Colômbia.