O memristor é um componente eletrônico essencial que funciona como uma memória elétrica, capaz de lembrar a corrente que passou por ele, mantendo essa informação mesmo quando desligado. Diferente da memória RAM, o memristor não precisa de energia para guardar dados.
Tradicionalmente, os memristores são fabricados com materiais caros e raros, o que encarece sua produção. Recentemente, pesquisadores propuseram uma solução inovadora: usar cogumelos comestíveis shiitake para criar memristores orgânicos, que são feitos de materiais biológicos, biodegradáveis e energeticamente eficientes.
Produção dos memristores com cogumelos
Para fabricar esses memristores, os cientistas cultivaram cogumelos shiitake em laboratório usando um substrato nutritivo. Após o crescimento, o micélio dos cogumelos foi desidratado, tornando o material estável para uso a longo prazo e podendo ser usado como componente eletrônico.
Nos experimentos, fios foram conectados ao micélio seco, que foi submetido a diferentes tensões e frequências elétricas para observar seu comportamento. Os resultados mostraram que esses memristores fúngicos podem alternar estados elétricos rapidamente com alta precisão e apresentam estabilidade e baixo ruído de sinal durante a operação.
Resultados e aplicações
Os memristores feitos com shiitake mostram desempenho promissor, podendo funcionar como memória de curto prazo com até 5.850 sinais por segundo e 90% de precisão. Eles são indicados para aplicações em computação de borda, Internet das Coisas e dispositivos biodegradáveis.
Além disso, os cogumelos oferecem vantagens como resistência à radiação e leveza, o que também pode ser útil em exploração espacial. Embora sejam considerados a próxima geração de memristores, ainda há desafios a serem superados, como a miniaturização e melhorias na fabricação.
Essa tecnologia pode reduzir custos e tornar os computadores mais acessíveis e eficientes, usando componentes naturais e sustentáveis.