Marcos Hermanson
Brasília, DF – O secretário nacional da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, afirmou em audiência na Câmara dos Deputados que o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), responsável por identificar lavagem de dinheiro, está encontrando dificuldades para monitorar o dinheiro sujo em contas de fintechs. Essas contas, chamadas de contas-bolsão, são usadas por fintechs e agora também devem ser reportadas à Receita.
Contas-bolsão são contas feitas por fintechs pequenas que não usam diretamente o sistema bancário tradicional. Nessas contas, o dinheiro de vários clientes é agrupado, dificultando o rastreamento da origem dos recursos.
O secretário Barreirinhas explicou que, embora os bancos informem as operações ao Coaf, o crescimento do uso dessas contas é tão grande que o órgão não consegue acompanhar tudo. Por isso, é necessário repensar a forma de controle.
Robinson Barreirinhas participou de uma sessão da Comissão de Finanças e Tributação após uma operação que investigou o uso de fintechs por grupos criminosos para lavar dinheiro e evitar impostos.
Essas fintechs são empresas que fazem serviços financeiros digitais, como pagamentos online. O problema é que, embora sejam instituições sérias, elas não têm acesso a informações dos verdadeiros donos do dinheiro, apenas elas sabem quem são os beneficiários reais.
Na sentença da Receita, as fintechs agora têm a mesma obrigação dos bancos tradicionais de passar informações detalhadas sobre movimentações financeiras para o fisco. Isso inclui saldos, transferências, rendimentos e compras de moeda estrangeira, entre outras operações. Se forem detectados indícios de crime, o Coaf será informado para fazer o acompanhamento.