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quinta-feira, 31/07/2025

CNI estima que tarifa de Trump reduzirá PIB do Distrito Federal em R$ 168 milhões

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O aumento das tarifas decidido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, previsto para iniciar nesta sexta-feira (1º/8), poderá impactar o Produto Interno Bruto (PIB) do Distrito Federal em cerca de R$ 168 milhões nos próximos dois anos, conforme estudo elaborado pela Confederação Nacional da Indústria (CNI).

Esse valor representa uma queda de 0,05% no PIB do Distrito Federal, que tem os EUA como seu sexto maior destino de exportação. Os Estados Unidos absorvem 2,6% das exportações produzidas por empresas brasiliense.

Entre os principais produtos exportados pelo Distrito Federal estão os setores químico, alimentício, vestuário e derivados de petróleo, segundo a CNI. Em 2024, as exportações do distrito para o mercado internacional somaram o equivalente a US$ 7,8 milhões.

Contexto das Tarifas

Em 9 de julho, Donald Trump anunciou a imposição de uma tarifa de 50% sobre determinados produtos brasileiros através de uma correspondência oficial. Anteriormente, em abril, uma tarifa de 10% já havia sido aplicada sobre os mesmos bens.

Segundo o presidente americano, a escalada das tarifas justifica-se por supostos “ataques insidiosos” contra processos eleitorais livres no país.

Na carta enviada ao presidente Lula, Trump também criticou o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro, acusado de tentativa de golpe de Estado em 2022. Desde o anúncio, o governo brasileiro tem buscado negociações com a Casa Branca, porém a comunicação está centralizada no presidente americano, o que complica o diálogo.

Impacto nas Regiões Brasileiras

O levantamento da CNI revela impactos significativos e desiguais para as unidades federativas brasileiras, com perdas totais estimadas superiores a R$ 19 bilhões. Estados como Ceará e Espírito Santo dependem fortemente do mercado americano, sendo o mercado dos EUA responsável por quase metade das exportações cearenses e aproximadamente um terço das capixabas. Em outros 11 estados, os EUA respondem por 10 a 20% do volume das exportações.

Relação Comercial Brasil-EUA

Os Estados Unidos mantêm um superávit comercial com o Brasil há mais de 15 anos. Segundo o estudo da CNI, apenas na última década, o superávit americano no comércio bilateral foi de US$ 91,6 bilhões.

Entre as principais economias do mundo, o Brasil está entre os poucos países que apresentam um superávit a favor dos EUA, especialmente no setor de transformação industrial — responsável por converter matérias-primas em produtos acabados.

Somente em 2024, os Estados Unidos obtiveram um saldo comercial positivo de US$ 14,6 bilhões nesse setor produtivo, compensando um déficit de US$ 7,8 bilhões na agropecuária e na indústria extrativa.

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