A Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) manifestou seu desapontamento com as ações do Congresso Nacional em 2025, destacando avanços insuficientes e retrocessos em várias áreas sociais e ambientais.
De acordo com a entidade, o ano foi marcado por desafios como a fragilização das leis ambientais e o crescimento da corrupção no país. A carta oficial da CNBB foi assinada pelo presidente, Dom Jaime Cardeal Spengler, e pelos dois vice-presidentes, além do secretário-geral.
O texto expressa preocupação com decisões como a aprovação do Marco Temporal, que prejudica os direitos dos povos indígenas, e as alterações na Lei Geral do Licenciamento Ambiental, consideradas prejudiciais ao meio ambiente. A nota também critica os altos custos com juros e amortização da dívida pública, apontando que isso limita investimentos essenciais em áreas como educação, saúde, moradia e segurança.
A entidade religiosa ainda destaca o aumento dos casos de corrupção e o crescimento de discursos de ódio e radicalismos, que são vistos como obstáculos para o bem-estar coletivo.
Por outro lado, a CNBB ressaltou aspectos positivos, como o crescimento na proporção de médicos por habitante e expressou sua gratidão a Deus pelo Sistema Único de Saúde (SUS). A realização da Conferência Climática da ONU, a COP30, em Belém, Pará, também foi motivo de orgulho, destacando o engajamento em discussões sobre redução da jornada de trabalho e taxação da riqueza.
A Igreja reafirmou seu papel de colaboração e contribuição para enfrentar a crise climática e cuidar do planeta, a chamada ‘Casa Comum’.
Ao mesmo tempo, a CNBB reforçou sua oposição à legalização do aborto no Brasil, mas enfatiza que proteger a vida envolve também combater a fome, a pobreza e as desigualdades sociais.

