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quarta-feira, 17/09/2025

Civis fogem de cidades no Leste da Ucrânia, alvos dos Russos

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As forças russas seguem avançando lentamente no leste da Ucrânia, anunciando a conquista de novos vilarejos na região de Donetsk. As tropas progrediram nos últimos dias em direção a Kostiantynivka, ponto-chave na rota para Kramatorsk, considerada a capital do Donbass ainda sob controle de Kiev. Cada vez mais moradores escolhem deixar suas casas, alguns indo para centros de registro de deslocados em Lozova, na região de Kharkiv.

Em um centro de registro em Dnipro, Irina mostra um vídeo no celular do que sobrou de sua casa após dois bombardeios em dois dias distintos. “Não há telhado, fogão ou geladeira, não restou nada”, desabafa. “Com a intensificação dos ataques, surgem incêndios, mas não há mais bombeiros ou ambulâncias”, revela.

Irina e sua família demoraram para decidir fugir. “Foi a melhor escolha”, admite. “Sair daqui é a única forma de garantir segurança, porque nenhum muro ou casa nos protegerá”, afirma.

Pavel, de 33 anos, planejava passar a noite no centro de deslocados antes de seguir para o oeste da Ucrânia. Ele resistia a deixar sua cidade, onde ainda trabalhava, mas os ataques constantes o fizeram pedir ajuda para evacuar.

“É aterrorizante enfrentar ataques com drones Shahed e FPV, que atacam a população. É assustador pensar que, em uma manhã qualquer, a vida pode acabar”, conta.

Devido à pressão militar crescente, as autoridades locais decretaram, em agosto de 2024, a evacuação obrigatória de mulheres e crianças em Kostiantynivka. No entanto, cerca de seis mil pessoas ainda permanecem na cidade, segundo a administração militar de Donetsk.

Associações facilitam a evacuação

Na região, diante do micro-ônibus da associação East-SOS, Evhen Pojanski e seu filho Vlad estudam a rota no leste da Ucrânia para transportar moradores que desejam abandonar suas casas. Hoje, decidiram usar um percurso alternativo, mais distante da linha de frente.

“Queremos encontrar uma nova rota para os próximos dias, pois sentimos que a atual será atacada em breve por drones”, dizem. “Os russos avançam nessa estrada e parecem estar se reorganizando.”

O comboio segue rapidamente por estradas danificadas e campos secos até chegar a uma vila tranquila, onde uma família os aguarda para evacuar.

Partida cheia de emoção

A pequena Vlada, de três anos, chora agarrada à mãe. Tetiana, uma vizinha, se despede com lágrimas nos olhos: “Não vale mais ficar. Vivemos aqui toda a vida, mas precisamos partir. Drones Shahed sobrevoam diariamente. Meu amigo e colega de classe morreu. Meu marido, que voltou da linha de frente, disse que não adianta discutir, precisamos ir agora.”

Em poucos minutos, Mykola, sua esposa, seus quatro filhos e várias sacolas com pertences entram no micro-ônibus, que parte em direção a uma área mais segura longe da linha de frente. Mesmo que, naquele momento, os sons da guerra estivessem distantes, os moradores sabem que a situação pode mudar a qualquer instante.

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