17.5 C
Brasília
terça-feira, 21/10/2025

cirurgias de coração abertas no Hospital de Base crescem muito em 6 anos

Brasília
nublado
17.5 ° C
17.5 °
16.5 °
83 %
3.1kmh
100 %
qua
25 °
qui
25 °
sex
28 °
sáb
29 °
dom
24 °

Em Brasília

Em 2019, a aposentada Ângela Andrade, de 61 anos, enfrentou um grande desafio quando descobriu que sua filha, Luisa Andrade, então com 17 anos, tinha um problema de nascença no coração chamado comunicação interatrial (CIA). Essa condição faz com que o sangue com e sem oxigênio se misture, causando riscos graves. O diagnóstico foi feito após Luisa sentir dores no peito, preocupando muito a família. Ângela lembra o medo: “Pensei que ela pudesse ter uma morte súbita, achando que herdou do pai”. Luisa relata o impacto da notícia: “Foi muito assustador, principalmente por eu ser muito jovem.”

Esse tipo de problema exige um tratamento muito complexo. A solução foi encontrada no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), onde Luisa foi a primeira paciente a passar por cirurgia cardíaca aberta desde que esses procedimentos foram retomados em outubro de 2019. Desde então, o número de cirurgias dessa natureza cresceu mais de 1.000%.

Em 2019, 23 pessoas realizaram a cirurgia; no ano seguinte, foram 278; e no ano atual, já são 244 cirurgias apenas na primeira metade do ano. Ao todo, 1.469 pacientes foram atendidos nesse tipo de procedimento desde a retomada. Para a chefe da cirurgia cardíaca do HBDF, Tatiana Maia, esse crescimento é resultado dos investimentos em equipamentos e pessoal na unidade.

Tatiana reafirma: “O Instituto de Gestão Estratégica de Saúde do DF e o Hospital de Base investiram muito em equipamentos modernos e em equipe qualificada. Temos as melhores próteses e oferecemos um serviço de alta qualidade para a população.”

Além das cirurgias agendadas, o Hospital de Base é o único no DF que atende todas as emergências cardiovasculares, um serviço crucial, pois as doenças do coração são uma das maiores causas de morte no mundo. O hospital oferece um atendimento integral e gratuito pelo SUS, cuidando dos pacientes de forma completa.

Atendimento completo

Ângela Andrade faz questão de destacar o apoio recebido: “Minha filha foi acompanhada pelos melhores médicos e somos muito gratas, pois fomos muito bem acolhidas.”

Luisa contou que passou por vários exames, foi medicada e acompanhada durante meses até chegar o dia da cirurgia. O pós-parto foi tranquilo, com auxílio da fisioterapia, e um ano depois, ao fazer exames de controle, recebeu alta com os resultados positivos. Ela relata que o suporte médico foi essencial para sua confiança e recuperação.

Ângela reforça: “A equipe é excelente, Luisa foi muito bem cuidada e hoje está curada, só temos agradecimentos a fazer.”

Após a cirurgia, hoje com 24 anos, Luisa leva uma vida normal, estuda Administração, estagia e faz exercícios físicos. “Sinto que renasci depois da cirurgia; minha respiração melhorou, não tenho mais taquicardia e minha qualidade de vida aumentou muito. Posso praticar atividades que antes eram difíceis.”

Ela destaca a importância do serviço gratuito para a população do Distrito Federal: “Essa cirurgia no setor privado custaria cerca de R$ 80 mil, valor que não teríamos condições de pagar, por isso é fundamental que o SUS ofereça esse atendimento.”

Cirurgia de alta complexidade

As cirurgias cardíacas abertas são indicadas para diversos problemas no coração, incluindo insuficiências coronarianas e doenças na aorta torácica. O procedimento exige uma equipe de nove profissionais: três cirurgiões, um anestesista, um perfusionista, um instrumentador, dois assistentes e uma enfermeira.

Tatiana Maia explica que é necessário parar o coração durante a cirurgia, usando uma máquina que mantém o sangue circulando e oxigenado enquanto o coração é operado. “No momento da cirurgia, tenho o coração do paciente em minhas mãos, literalmente. Estou com a vida dele em minhas mãos, e vê-lo recuperar-se é algo muito gratificante.”

Informações fornecidas pela Agência Brasília.

Veja Também