O repórter da Al Jazeera, Anas al-Sharif, de 28 anos, faleceu em Gaza durante um bombardeio israelense contra uma tenda que abrigava profissionais da imprensa. Além dele, conforme informado pela emissora, outros quatro colegas, também jornalistas da agência, perderam a vida no incidente.
Em uma declaração oficial, o Exército de Israel confirmou a morte de Anas al-Sharif e o acusou de liderar uma célula do Hamas, além de lançar foguetes contra civis e forças israelenses. Os outros jornalistas vítimas são: o correspondente Mohammed Qreiqeh e os cinegrafistas Ibrahim Zaher, Mohammed Noufal e Moamen Aliwa.
Pouco antes de ser abatido, Anas al-Sharif publicou um vídeo na rede social X relatando bombardeios intensos nas áreas leste e sul de Gaza.
O jornalista deixou uma carta escrita em 6 de abril para ser divulgada caso fosse fatalmente atingido. Nela, expressa sua tristeza por deixar sua família e relata ter vivenciado a dor profundamente e repetidas vezes.
“Mesmo assim, nunca hesitei em mostrar a verdade como ela é, sem alterações ou manipulações, esperando que Deus testemunhasse aqueles que ficaram em silêncio, os que aceitaram nossas mortes e os que fecharam nossos próprios pulmões”, escreveu.
Acusações do Exército Israelense
Segundo o Exército de Israel, Anas al-Sharif não seria um jornalista legítimo, mas sim um líder de uma célula do grupo Hamas. As forças militares afirmam possuir documentos que comprovam seu envolvimento em atividades terroristas.
Esses documentos conteriam listas de membros, cursos de treinamento terrorista, contatos telefônicos e comprovantes de pagamento, evidenciando sua atuação como combatente militar do Hamas em Gaza. Além disso, segundo a nota oficial, ele estaria integrado à rede da Al Jazeera ligada ao Catar.