Pesquisadores financiados pela Nasa acreditam que, durante o Big Bang, dois universos foram criados: o nosso e um outro, onde tudo é o avesso da Terra
O personagem principal do filme O Curioso Caso de Benjamin Button teve tudo, menos uma vida comum. Button nasceu idoso e, conforme os anos foram passando, foi se tornando cada vez mais jovem — a ordem reversa da cronologia humana. E se o mesmo acontecesse no espaço? Cientistas de um grupo financiado pela Nasa, sem ligação direta com a agência americana, descobriram evidências de um “provável universo paralelo” onde o tempo passa ao contrário. Parece roteiro de filme de ficção científica — mas pode não ser.
O “universo paralelo” está localizado na Antártica e foi encontrado com ajuda da Antena Impulsiva Transiente da Antártica (Anita). Mas os cientistas não estavam procurando exatamente isso. A intenção era investigar os “ventos” de partículas de alta energia vindas do espaço. Durante o estudo, os pesquisadores observaram “neutrinos tau“, partículas de alta energia, mais pesadas, saindo da Terra, o que indica que elas estavam ao contrário no tempo.
Peter Gorham, físico experimental de partículas da Universidade do Havaí, e sua equipe, no entanto, encontraram partículas que se movimentam de forma contrária às do planeta Terra, viajando para trás, o que sugere a existência de um universo paralelo.
O que teria acontecido para que esse segundo “mundo” fosse possível, de acordo com a análise dos cientistas é que, no momento da explosão do Big Bang, dois universos foram criados. O primeiro é o que conhecemos, e o segundo, sob a perspectiva do tempo na Terra, está indo ao contrário. Se esse universo for habitado, nosso planeta estará contrário a ele. É como se fosse a versão do nosso em um espelho. A direita vira a esquerda, o positivo é o negativo, explica Gorham.
Em entrevista à revista científica New Scientist, em abril, Gorham afirmou que “nem todo mundo está confortável com essa hipótese” e até mesmo cientistas do grupo dele não confiam 100% na teoria.
Sobre a publicação do estudo, Gorham disse à New Scientist que se sente “relutante” por não ter nenhuma confirmação ainda sobre a existência do segundo universo. “Não sabemos como representar isso ainda, mas temos algo”, disse ele.
É bom cruzar os dedos para que esse universo, se for real, ao contrário do invertido da série da Netflix, Stranger Things, não tenha nenhum demogorgon à espreita.