A avaliação foi feita durante entrevista coletiva, em São Sebastião, cidade mais atingida pela catástrofe, para a qual Tarcísio deslocou seu gabinete
O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), disse, nesta quinta-feira, 23, que o sistema de alertas por mensagem de celular não foi efetivo para reduzir a tragédia em São Sebastião, no litoral norte do Estado. Segundo ele, foram disparados 2,6 milhões de avisos antes da chuva, mas não resultaram na evacuação de pontos críticos e em outras ações preventivas. Tarcísio afirmou que vai investir em novas tecnologias para aprimorar o sistema e na instalação de sirenes em pontos críticos.
A avaliação foi feita durante entrevista coletiva, em São Sebastião, cidade mais atingida pela catástrofe, para a qual Tarcísio deslocou seu gabinete. Ele disse que, por lei federal, as empresas de telefonia são obrigadas a fornecer o alerta, mas a lei não estabelece as formas. “Aqui no litoral mais de 30 mil pessoas receberam o SMS de alerta e vimos que eventualmente não teve maior efetividade. Então precisamos de uma maneira mais efetiva”, disse.
Apenas os quatro municípios do litoral norte somam 355 mil habitantes e, em razão do carnaval, receberam milhares de turistas. Cerca de 34 mil pessoas cadastradas na plataforma estadual da Defesa Civil receberam os alertas que falavam sobre “chuvas fortes e persistentes” pedindo a atenção para alagamentos e possíveis quedas de muros, sem mencionar os deslizamentos. Algumas mensagens chegaram na noite de sábado quando, devido às chuvas, algumas áreas já estavam sem sinal de celular e internet.
O governador quer propor uma parceria com as empresas de telefonia móvel, com o aval da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), para melhorar o sistema. “A ideia é que a gente utilize um sistema de broadcast, vamos ver como isso pode ser operacionalizado. Além disso, vamos instalar os sistemas de sirenes que já existem em alguns outros Estados.”
Ele também pretende substituir os radares meteorológicos atuais, muito antigos, por modelos mais tecnológicos. “De maneira geral, os radares são colocados no planalto e têm alguma dificuldade de observar ou prever alguns fenômenos extremos, como situações de baixa pressão. Então a ideia é posicionar mais radares no litoral.”
O governador disse que a experiência adquirida pelos profissionais que atuam na tragédia de São Sebastião pode ajudar a criar um padrão de resposta para desastres. “Disparou a sirene a pessoa já tem que saber para onde ir, tem de saber qual é o ponto de apoio, ter confiança de que o suprimento vai chegar, que o patrimônio dele vai estar protegido.”
Tarcísio prometeu ainda incluir uma disciplina nas escolas relacionada à Defesa Civil, pois, segundo ele, muitos alunos moram em áreas de risco. “Vamos trazer isso para as salas de aulas”, afirmou.