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segunda-feira, 25/11/2024
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Chip no cérebro ajuda tetraplégico a recuperar movimento da mão

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Chip transmite pensamentos a computador, que envia comando a músculos. Pesquisa que permitiu o feito foi publicada nesta quarta-feira na ‘Nature’.

  Ian Burkhart, de 24 anos, toca guitarra de videogame durante estudo com a tecnologia de bypass neural; chip no cérebro de Burkhart lê seus pensamentos, os decodifica e envia sianais a uma manga em seu braço que permite que ele mova suas mãos  (Foto: Ohio State University Wexner Medical Center/ Batelle)
Ian Burkhart, de 24 anos, toca guitarra de videogame durante estudo com a tecnologia de bypass neural; chip no cérebro de Burkhart lê seus pensamentos, os decodifica e envia sianais a uma manga em seu braço que permite que ele mova suas mãos (Foto: Ohio State University Wexner Medical Center/ Batelle)

Um americano com os quatro membros paralisados conseguiu usar os dedos e pulso graças a uma técnica inovadora. Trata-se do primeiro caso médico onde foi possível converter o pensamento de um paciente paralisado em movimentos sofisticados dos membros, de acordo com um estudo publicado  quarta-feira (13) na revista “Nature”.

Este sistema é capaz de restabelecer a comunicação entre o cérebro e os músculos contornando a medula espinhal danificada. Um chip implantado no cérebro do paciente transmite os pensamentos do tetraplégico a um computador que descodifica e envia comandos para os músculos do braço.

A paralisia é provocada pela interrupção do caminho dos sinais entre o cérebro e os músculos. Os pesquisadores desenvolveram uma estratégia para reconectar o cérebro aos músculos do paciente, permitindo que ele tenha controle dos movimentos dos membros paralisados por meio de seus pensamentos.

 Ian Burkhart participa de experimentos na Ohio State University   (Foto: Ohio State University Wexner Medical Center/ Batelle)
Ian Burkhart participa de experimentos na Ohio State University (Foto: Ohio State University Wexner Medical Center/ Batelle)

“Estamos mostrando pela primeira vez que um paciente tetraplégico é capaz de melhorar seu nível de função motora e movimentos das mãos” disse o médico Ali Rezai, coautor do estudo e neurocirurgião do Ohio State’s Wexner Medical Center.

Resultados anteriores, de 2014, já tinham demonstrado que a estratégia permitia que o paciente abrisse e fechasse as mãos ao pensar nos movimentos que queria fazer. Agora, ele é capaz de realizar movimentos mais sofisticados, como pegar uma colher, segurar um telefone em seu ouvido ou jogar videogame.

Acidente durante mergulho
O paciente que testou a técnica é Ian Burkhart, um jovem de 24 anos que, há seis anos, ficou tetraplégico depois de um acidente durante um mergulho. Em abril de 2014, ele recebeu um chip menor do que uma ervilha em seu cérebro em uma cirurgia de três horas de duração.

Durante meses, Burkhart usou uma manga de eletrodos para estimular seu antebraço e fortalecer seus músculos atrofiados para que eles respondessem melhor à estimulação elétrica necessária para a aplicação da técnica.

Técnica permitiu realização de movimentos sofisticados (Foto: Ohio State University Wexner Medical Center/ Batelle)
Técnica permitiu realização de movimentos sofisticados (Foto: Ohio State University Wexner Medical Center/ Batelle) Após 15 meses de reabilitação, com três sessões semanais, o paciente já era capaz de pegar uma garrafa e despejar o

Após 15 meses de reabilitação, com três sessões semanais, o paciente já era capaz de pegar uma garrafa e despejar o seu conteúdo em um frasco. Também podia segurar um telefone ao ouvido, mexer o café, pegar uma colher. Ele agora toca guitarra através de um videogame.

“Isso realmente abre muitas portas para movimentos mais complexos”, indicou Chad Bouton, um dos autores do estudo e pesquisador do Feinstein Institute for Medical Research nos Estados Unidos. “O que tentamos fazer é ajudar as pessoas a recuperar o controle sobre seu corpo”.

“Esperamos que essa tecnologia vá evoluir para um sistema sem fio que conecta os sinais do cérebro e os pensamentos ao mundo exterior para melhorar a função e a qualidade de vida para quem tem deficiências”, diz Rezai.

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