NELSON DE SÁ
PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS)
A China declarou recentemente, por meio de seu embaixador em Washington, Xie Feng, que deseja retomar a cooperação com os Estados Unidos na compra de soja.
Xie lembrou que, por muitos anos, metade da soja exportada pelos EUA era vendida para a China. No entanto, neste primeiro semestre, as exportações de soja americana para a China caíram 51% em comparação ao ano anterior.
Ele atribuiu essa queda ao aumento de tarifas comerciais implementadas anteriormente, afirmando que o protecionismo prejudicou a cooperação agrícola entre os dois países.
Xie Feng ressaltou que, sendo os maiores importadores e exportadores de produtos agrícolas no mundo, China e EUA são parceiros naturais e devem buscar acordos que beneficiem ambos, para que a cooperação continue a crescer.
A Associação Americana de Soja, representando os agricultores dos EUA, agradeceu a sugestão de aumento nas compras feita pelo ex-presidente Trump, mas destacou que a China tem firmado contratos com o Brasil para os próximos meses, o que evita a compra da soja americana.
Isso ocorre porque a soja americana está sujeita a tarifas 20% maiores do que a soja da América do Sul, em retaliação às tarifas impostas pelos EUA sobre produtos chineses.
Antes, a ex-ministra da Agricultura, Tereza Cristina, já havia alertado sobre a importância de acompanhar as negociações entre China e EUA, já que o presidente Trump gosta de negociar e pode influenciar a compra de produtos agrícolas chineses.
Além da soja, as negociações também envolvem outros setores, como a possível encomenda de 500 aviões da Boeing por companhias aéreas chinesas, o que marcaria o retorno da empresa ao mercado chinês após um afastamento de seis anos devido a acidentes com o modelo 737 Max.