A China respondeu à declaração do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que prometeu uma tarifa adicional de 100% sobre todos os produtos importados chineses. A iniciativa americana foi chamada de uma postura “extremamente agressiva” pela China no comércio mundial.
Pequim fez seus primeiros comentários sobre as declarações de Trump, ressaltando que medidas de retaliação serão aplicadas caso a tarifa seja implementada.
Um porta-voz do Ministério do Comércio afirmou, no domingo (12/10), que “se os EUA continuarem com suas ações unilaterais, a China adotará medidas firmes para proteger seus direitos legítimos”.
A promessa de Trump veio após o governo chinês anunciar controles sobre a exportação de terras raras, baterias de lítio e materiais superduros, essenciais para a fabricação de eletrônicos e produtos tecnológicos.
Na quinta-feira (9/10), o país revelou uma estratégia de “dupla camada” para suas cadeias de suprimento, fortalecendo o controle estatal sobre recursos estratégicos. A China detém aproximadamente 60% da produção e quase 90% do processamento mundial desses materiais, assumindo um papel central nas cadeias globais de tecnologia e energia limpa.
Escalada de tensões
O anúncio dos EUA intensificou o clima tenso nas negociações comerciais entre os países. “Ameaçar com tarifas exorbitantes não é o caminho adequado para lidar com a China“, afirmou o porta-voz do Ministério do Comércio.
Ele reforçou: “Nossa posição é firme — não desejamos uma guerra comercial, mas não hesitaremos em enfrentá-la”.
O comunicado enfatizou que haverá “respostas firmes e proporcionais”. Segundo o porta-voz, as ações dos EUA prejudicam os interesses chineses e afetam negativamente as negociações econômicas bilaterais, classificando como legítimas as medidas chinesas sobre terras raras.
No último dia 10/10, Donald Trump anunciou:
“Fomos informados de que a China adotou uma postura extremamente agressiva no comércio, enviando uma carta hostil ao mundo indicando que, a partir de 1º de novembro de 2025, aplicará restrições amplas sobre quase todos os produtos que fabrica, incluindo alguns que nem produz. Isso impacta todos os países, sem exceção, e parece ser um plano de longa data. Tal ação é inédita no comércio internacional e representa uma afronta moral às nações.”
Trump afirmou que os Estados Unidos responderão à altura, impondo, a partir de 1º de novembro de 2025 (ou antes, dependendo da China), uma tarifa de 100% sobre os produtos chineses, além das tarifas já existentes.
Ele também declarou que o país estabelecerá controles sobre qualquer software crítico produzido em solo americano, embora não tenha detalhado quais setores serão mais afetados. Essa medida faz parte da estratégia para proteger os interesses econômicos dos Estados Unidos. “É difícil acreditar que a China tenha adotado tal postura, mas isso aconteceu e agora é realidade”, completou o líder norte-americano.”