Nesta quarta-feira (5), o ministro da Defesa taiwanês, Chiu Kuo-cheng, acusou a China de destruir um acordo tácito sobre movimentos militares no estreito de Taiwan ao cruzar uma “linha mediana” não oficial que percorre a hidrovia.
Reconhecendo o fim do entendimento tácito na linha mediana, Chiu afirmou que Taipé reagiria se Pequim cruzasse sua “linha vermelha”, mas não disse qual seria essa linha. Entretanto, o ministro sugeriu que a mesma incluía aeronaves chinesas, assim como drones que voassem perto do território de Taiwan.
De acordo com a mídia, a China nunca reconheceu oficialmente a linha que um general dos EUA concebeu em 1954, no auge da hostilidade da Guerra Fria entre a China comunista e Taiwan apoiada pelos EUA, embora o Exército de Libertação Popular (ELP) a tenha respeitado em grande parte.
Algumas autoridades taiwanesas e analistas de segurança afirmaram que seria difícil para a ilha defender a linha mediana sem aumentar o risco de uma escalada perigosa. No entanto, Chiu disse que os cruzamentos da linha mediana pelos chineses indicam uma nova maneira de fazer as coisas, à qual Taiwan resistiria.
“Eles querem construir um novo normal, mas nós não mudamos […] Ficaremos firmes quando eles vierem. Não cedemos”, declarou o chefe da Defesa taiwanesa.
Durante anos, o gigante asiático reconheceu tacitamente a linha mediana não marcada, mas em 2020 um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores afirmou que a mesma “não existia”. A China diz que suas Forças Armadas têm o direito de operar em torno de Taiwan uma vez que a ilha pertence a território chinês.