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terça-feira, 23/09/2025

China desenvolve IA que pode localizar submarinos facilmente

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Desde sempre, parte do arsenal da guerra psicológica envolve destacar a superioridade tecnológica própria e sugerir que os adversários não conseguem conter essas inovações. Recentemente, a China anunciou, conforme divulgado pelo jornal South China Morning Post de Hong Kong, que uma equipe liderada por Meng Hao, engenheiro-chefe do Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento de Helicópteros da China, criou uma inteligência artificial (IA) capaz de reduzir a camuflagem de submarinos modernos para apenas 5%.

Segundo um estudo publicado na revista Electronics Optics & Control, essa IA consegue analisar simultaneamente e em tempo real dados de múltiplas fontes, como sonoboias que captam sons de submarinos, microfones subaquáticos, além de informações sobre temperatura e salinidade da água. Essa combinação cria um mapa dinâmico do ambiente marinho.

Além disso, a IA responde rapidamente a contra-ataques como manobras em ziguezague e o uso de drones ou dispositivos para distração, conseguindo localizar o alvo com sucesso em cerca de 95% das simulações. Isso desafia os métodos tradicionais de camuflagem e defesa de submarinos.

Outro avanço relevante é que a IA traduz informações complexas em recomendações claras, facilitando decisões rápidas por parte dos militares mesmo sob pressão.

Os desenvolvedores, liderados por Meng Hao, esperam que futuras versões do sistema cooperem com enxames de drones, navios de superfície e robôs subaquáticos autônomos, formando uma rede tridimensional para monitorar o oceano em tempo real e adaptar-se a estratégias cada vez mais sofisticadas.

Se confirmadas, essas tecnologias podem desafiar pilares estratégicos globais, como a “tríade nuclear” que inclui mísseis balísticos intercontinentais, bombardeiros estratégicos e submarinos com mísseis balísticos, essenciais para a dissuasão nuclear. A detecção aprimorada pode dificultar a operação dos submarinos nucleares que até agora dependem do segredo para sua eficácia.

Além dos aspectos técnicos, a China também usa essa tecnologia para demonstrações de força, particularmente na região do Estreito de Taiwan e nos mares da China Meridional e Oriental. O controle dessas áreas estratégicas é vital para a movimentação dos submarinos chineses, que atualmente operam a partir de bases em águas rasas na ilha de Hainan.

Analistas militares ocidentais, como Paul Schmitt, especialista em guerra naval, reconhecem o potencial da IA para melhorar a caça a submarinos pela análise de grandes volumes de dados, mas ressaltam que o ambiente submarino é complexo, o que torna difícil a implementação de sistemas totalmente integrados no curto prazo. A corrida armamentista é dinâmica e envolve constante evolução dos métodos de ataque e defesa.

Atualmente, a China possui a maior frota militar marítima, com 105 submarinos, seguida por Coreia do Norte, Estados Unidos e Rússia. Entretanto, são os submarinos nucleares modernos que definem o equilíbrio estratégico global. Os EUA lideram com a frota mais avançada nessa categoria, seguidos pela Rússia e China.

Enquanto isso, países europeus e asiáticos aprimoram suas capacidades convencionais, destacando-se Alemanha, Itália, Espanha, Noruega e Índia, entre outros.

Esses avanços em IA e submersíveis ilustram um jogo contínuo de estratégias e tecnologias que definem o poder naval mundial.

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