Enquanto o governo Trump endurece as regras de imigração para trabalhadores qualificados com vistos que podem custar até US$ 100 mil, a China implementa, a partir de quarta-feira (1/10), um novo tipo de visto chamado “K”. Essa medida tem como objetivo captar talentos estrangeiros especializados nos campos de tecnologia e ciências.
Na China, a carência de mão de obra qualificada na indústria pode alcançar cerca de 30 milhões de pessoas, conforme reportado pelo jornal Diário do Povo, órgão oficial do Partido Comunista. Para isso, Pequim lançou um visto destinado a profissionais estrangeiros com diploma de graduação ou superior, com especialização nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia ou matemática.
Esse novo visto é direcionado a profissionais provenientes de universidades ou institutos de pesquisa nacionais e internacionais renomados, destaca o jornal estatal, buscando tranquilizar quanto à qualidade dos talentos que o país pretende receber.
A proposta é facilitar a entrada desses profissionais. Comparado com outros vistos, o visto “K” é menos rígido, pois não exige que o candidato apresente um contrato de trabalho no momento da solicitação. Além disso, proporciona maior flexibilidade no que tange à duração da estadia, ao período de validade do visto e ao número de entradas permitidas.
Um desafio considerável, porém, é o idioma, já que a maioria das empresas tecnológicas chinesas atua em mandarim, fator que limita as oportunidades para quem não domina a língua. O novo visto já gera controvérsias internas, em meio a um mercado de trabalho bastante saturado. Atualmente, mais de um em cada cinco jovens na China está desempregado.
O jornal ressaltou em suas redes sociais que “enquanto alguns países se fecham e excluem talentos internacionais, a China abraça com entusiasmo essa importante oportunidade e implementa rapidamente essa política, que deve ter impacto significativo no futuro desenvolvimento do país”.
