A China anunciou nesta sexta-feira (10/10) que implementará tarifas portuárias especiais para navios pertencentes ou operados por empresas, organizações ou indivíduos dos Estados Unidos a partir da próxima terça-feira (14/10).
Esta ação é uma resposta direta à decisão dos Estados Unidos de impor tarifas semelhantes sobre navios chineses, também com início na mesma data.
As taxas chinesas afetarão:
- navios de propriedade norte-americana;
- navios construídos nos Estados Unidos;
- navios que ostentam a bandeira dos Estados Unidos;
- e navios operados por entidades das quais empresas ou indivíduos americanos possuem pelo menos 25% de participação.
O Ministério do Transporte da China prevê um aumento gradual dessas tarifas: começando com 400 yuans (aproximadamente US$ 56,10) por tonelagem líquida, com aumentos anuais programados para os próximos três anos, a partir de 17 de abril.
O governo chinês considera que as tarifas impostas pelos Estados Unidos em abril violam os princípios do comércio internacional e o acordo bilateral de transporte marítimo, justificando assim a medida como necessária para proteger os direitos das companhias marítimas chinesas.
“Esta é uma ação legítima para assegurar os interesses das empresas marítimas da China”, afirmou o ministério.
Além disso, o ministério informou que a China solicitou oficialmente aos Estados Unidos o fim das tarifas contra a indústria marítima chinesa.
Contexto da disputa tarifária
Em abril, o presidente Donald Trump anunciou uma tarifa de 34% sobre mercadorias chinesas importadas. A China respondeu no dia seguinte, aplicando tarifas equivalentes sobre produtos dos EUA.
Apesar de negociações avançarem e um acordo parcial ser alcançado em setembro sobre o TikTok nos Estados Unidos, a tensão entre os países persiste. Recentemente, a China interrompeu a compra de soja dos Estados Unidos, o que gerou respostas do governo americano, que prometeu apoio financeiro aos seus agricultores afetados pelas tarifas.
Na mesma data, Donald Trump criticou duramente a China, acusando o país de tentar dominar o mercado global de materiais relacionados a terras raras. Trump declarou nas redes sociais que “Eventos muito estranhos estão acontecendo na China! Eles estão adotando uma postura agressiva, enviando comunicados a várias nações, querendo impor controles rigorosos sobre a exportação de todos os materiais relacionados às terras raras e quase qualquer outro recurso, mesmo que não seja produzido em solo chinês”.