Wang Yi, ministro das Relações Exteriores da China, declarou nesta quarta-feira (6/8) que a China está pronta para colaborar com o Brasil para fortalecer a cooperação em meio às incertezas causadas pela guerra tarifária iniciada pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Em uma ligação telefônica com Celso Amorim, assessor de assuntos internacionais da Presidência brasileira, o chanceler chinês enfatizou que o governo de Xi Jinping apoia o Brasil na resistência contra as “práticas de intimidação por meio de tarifas arbitrárias”.
As informações da conversa foram divulgadas pela agência estatal Xinhua. Segundo a agência, Amorim mostrou interesse em ampliar a cooperação com a China em áreas como comércio e finanças, além de defender o fortalecimento do grupo Brics.
Contexto da tarifa aplicada por Donald Trump
O presidente dos Estados Unidos assinou, em 31 de julho, uma ordem executiva que impõe uma tarifa de 50% sobre produtos brasileiros exportados para os EUA.
Essa tarifa de 50% resulta da combinação de uma alíquota inicial de 10% anunciada em abril e de uma taxa adicional de 40% oficializada no final de julho.
No entanto, quase 700 produtos estão isentos da tarifa adicional de 40%, incluindo suco de laranja, aeronaves, castanhas, petróleo e minérios de ferro. Esses itens continuam sujeitos apenas à taxa inicial de 10%.
As tarifas vigentes impactam setores-chave da economia brasileira, como o café, carnes e frutas.
O governo do presidente Lula está preparando medidas para enfrentar as consequências do aumento das tarifas pelos Estados Unidos, com foco na proteção dos empregos mais afetados. O plano será entregue ao Planalto ainda nesta quarta-feira.