O governo da China emitiu um alerta sobre as ameaças dos Estados Unidos, liderados por Donald Trump, contra o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro.
Em uma declaração oficial do ministério das Relações Exteriores chinês, na quinta-feira (21/8), o país manifestou sua oposição a qualquer ato que viole a soberania e a segurança de outras nações.
“Nos posicionamos contra o uso ou a ameaça de força nas relações internacionais e contra interferências externas nos assuntos internos da Venezuela, por qualquer motivo”, afirmou a porta-voz do ministério, Mao Ning.
Ela acrescentou: “Esperamos que os EUA contribuam mais para a paz e a estabilidade na América Latina e no Caribe”.
Ameaças contra Maduro
Os Estados Unidos são frequentemente alvo das declarações contundentes de Nicolás Maduro, que acusa o país de intenções imperialistas.
A legitimidade do governo de Maduro é contestada por muitos países, que apontam irregularidades nas eleições recentes na Venezuela.
Tanto Joe Biden quanto Donald Trump reconhecem o opositor Edmundo González como o vencedor legítimo das eleições venezuelanas.
Maduro é acusado pelos EUA de ser líder de um cartel e de ter envolvimento direto no tráfico de drogas para o país.
Recentemente, o governo norte-americano intensificou a pressão contra Maduro, enviando três navios de guerra próximos à Venezuela. O propósito dessa movimentação militar não está claro, nem se faz parte de operações contra cartéis de drogas na América Latina. Estima-se que cerca de quatro mil militares estejam a bordo dessas embarcações.
Contexto e novas políticas
Maduro enfrenta amplo questionamento internacional e foi rotulado pela administração Trump como líder do cartel Los Soles, com uma recompensa de US$ 50 milhões por informações que levem à sua captura.
Ao qualificar o presidente venezuelano como parte de um esquema internacional de tráfico, os EUA modificaram suas estratégias de combate ao crime organizado, passando a classificar os cartéis de drogas como organizações terroristas.
Essa mudança permite que forças norte-americanas realizem operações em outros países sob a justificativa da “guerra contra o terrorismo”.