26.5 C
Brasília
quarta-feira, 30/07/2025

Chegada do corpo de Juliana Marins ao Brasil: o que se sabe

Brasília
céu limpo
26.5 ° C
28.7 °
26.5 °
29 %
1.5kmh
0 %
qua
29 °
qui
28 °
sex
27 °
sáb
27 °
dom
26 °

Em Brasília

Onze dias após o início da tragédia que resultou na morte de Juliana Marins no Monte Rinjani, na Indonésia, o corpo da brasileira está prestes a chegar ao Brasil. A previsão é que a chegada ocorra nesta terça-feira (1º/7), no Aeroporto Internacional de Guarulhos, em São Paulo, no fim da tarde, segundo informações obtidas pelo Metrópoles. Inicialmente, o voo estava programado para pousar no Rio de Janeiro na quarta-feira (2/7), mas a data foi antecipada.

Assim que o corpo desembarcar, ele será encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML) em São Paulo, onde será realizada uma nova autópsia. Conforme a Defensoria Pública da União (DPU), este exame deve acontecer em até seis horas após a chegada para garantir a preservação de possíveis evidências.

A expectativa é que essa nova análise no Brasil esclareça dúvidas que ainda permanecem sobre o falecimento da jovem. A realização do procedimento ficará a cargo das autoridades brasileiras, mas os detalhes sobre o local e a forma serão definidos em uma audiência marcada para a terça-feira às 15h. Estarão presentes representantes da DPU, da Advocacia-Geral da União (AGU) e do governo do Rio de Janeiro, já que a Prefeitura de Niterói está custeando o translado. A reunião acontecerá de forma virtual.

De acordo com a AGU, o objetivo deste encontro é determinar a maneira mais apropriada de atender ao desejo da família de Juliana Marins, que questiona a versão oficial apresentada até agora no laudo. A audiência e a prioridade do caso foram determinadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em razão da repercussão nacional e internacional do caso.

A Polícia Federal também disponibilizou apoio para o transporte do corpo até o IML designado, caso seja necessário.

Motivo da nova autópsia

A solicitação para a nova autópsia partiu da família da vítima, representada pela DPU, que identificou inconsistências no atestado de óbito emitido pela Embaixada do Brasil em Jacarta. Esse documento baseou-se nos dados da autópsia feita pelas autoridades indonésias, que não esclareceram com precisão o momento da morte de Juliana.

A principal questão gira em torno da possibilidade de omissão de socorro. Imagens captadas por drones de turistas sugerem que Juliana poderia ter sobrevivido por um período maior após a queda durante a trilha.

A família acredita que ela tenha resistido durante dias enquanto aguardava o resgate, hipótese não confirmada pela necropsia feita na Indonésia. Dependendo dos resultados dessa nova análise, as autoridades brasileiras poderão investigar eventuais responsabilidades civis ou criminais.

Informações sobre a primeira autópsia

A primeira autópsia ocorreu em um hospital da ilha de Bali, na Indonésia, logo depois que o corpo foi removido do Parque Nacional do Monte Rinjani, na quarta-feira (25/6). O procedimento foi realizado na quinta-feira (26/6) e os resultados foram divulgados em entrevista coletiva no dia seguinte (27/6).

Segundo o médico-legista responsável, Ida Bagus Putu Alit, a morte de Juliana foi causada por múltiplas fraturas e lesões internas graves, provocadas por um forte impacto.

“Os indícios indicam que a morte foi quase imediata. Isso porque os ferimentos eram extensos, com múltiplas fraturas e lesões internas praticamente por todo o corpo, incluindo órgãos vitais no tórax. Ela sobreviveu por menos de 20 minutos”, explicou o legista, que também descartou a hipótese de hipotermia.

Críticas da família

A divulgação da primeira autópsia provocou insatisfação na família de Juliana. Mariana Marins, irmã da vítima, expressou indignação pelo laudo ter sido divulgado para a imprensa antes que a família fosse oficialmente comunicada.

“Minha família foi chamada no hospital para receber o laudo, mas antes de termos acesso, o médico optou por conceder uma coletiva para a imprensa. Isso é inaceitável e nos causa muito sofrimento”, declarou Mariana.

Agora, a esperança está na nova autópsia, que pode trazer maior clareza sobre o tempo exato de sobrevivência após a queda e ajudar a estabelecer responsabilidades que possam existir.

Veja Também