“Estamos enfrentando agora uma dinâmica de dissuasão de crises que só vimos poucas vezes na história da nossa nação”, disse o chefe do Comando Estratégico (STRATCOM) dos EUA, almirante Charles Richard, em uma reunião no Senado nesta semana. Ele reiterou as preocupações sobre a “dinâmica de dissuasão tripartida”, da qual ele alertou os legisladores em março, citando a crise na Ucrânia.
Segundo o militar, a nação americana não enfrentou uma crise como agora na Ucrânia em mais de 30 anos. “O presidente [Vladimir] Putin invadiu simultaneamente uma nação soberana, enquanto usava ameaças nucleares veladas para deter a intervenção dos EUA e da OTAN.”
Enquanto isso, os líderes chineses estão observando o conflito ucraniano “de perto e vão provavelmente usar a coerção nuclear em seu prol no futuro”, de acordo com suas palavras. “Seu intuito é atingir a capacidade militar para reunificar Taiwan até 2027, se não antes.”
Richard avisou várias vezes sobre o fortalecimento nuclear da China e exortou a administração Biden a reconsiderar o financiamento do desenvolvimento de um míssil de cruzeiro nuclear proposto que possa ser lançado a partir de submarinos. Ele reiterou seu pedido nesta quarta-feira (4), dizendo que a crise na Ucrânia aumenta a urgência de reforçar a dissuasão nuclear.
O conflito na Ucrânia e a trajetória nuclear da China “demonstram que temos um fosso de dissuasão e segurança contra a ameaça da utilização nuclear limitada”, constatou, acrescentando que as forças nucleares são o “alicerce” da capacidade norte-americana de dissuadir ataques.