O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, solicitou nesta terça-feira (30/9) que todas as partes envolvidas apoiem o plano de paz para Gaza, apresentado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e pelo primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu.
Nessa segunda-feira (29/9), Trump e Netanyahu revelaram um plano de paz para Gaza, que estabelece 20 condições para um possível cessar-fogo na região palestina, incluindo a libertação de reféns em até 72 horas e a formação de um “Conselho da Paz”.
O documento, divulgado pela Casa Branca, contém medidas para acabar com o conflito, desmilitarizar a Faixa de Gaza e criar um governo temporário supervisionado.
A Faixa de Gaza é o principal local das ações militares de Israel contra o grupo palestino Hamas, em um conflito que já causou a morte de mais de 65 mil palestinos.
Israel e Hamas firmaram um acordo em janeiro deste ano, mas ele acabou paralisado.
O porta-voz de Guterres, Farhan Haq, disse que o chefe da ONU acolheu com satisfação o anúncio feito por Trump, que visa alcançar um cessar-fogo e uma paz duradoura para Gaza e a região. Ele destacou ainda o papel importante dos países árabes e muçulmanos nesse processo e pediu que todas as partes se comprometam com o acordo e sua execução.
Trump deu um prazo de três a quatro dias para que o grupo palestino Hamas se manifeste sobre o plano de paz.
Representantes da Turquia planejam participar de uma reunião com a equipe de mediadores em Gaza, ao lado da delegação do Hamas, conforme informou o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, Majed al-Ansari.
No entanto, o Hamas ainda não indicou se aceita ou rejeita as propostas apresentadas por Trump.
O secretário-geral reforçou que a prioridade deve ser aliviar o sofrimento causado pelo conflito, reiterando o pedido por um cessar-fogo imediato e contínuo, acesso humanitário sem restrições a toda Gaza e a libertação imediata e incondicional de todos os reféns.
Além disso, destacou a importância de avançar na solução de dois Estados, algo que Israel ainda não aceita, conforme ressaltou o primeiro-ministro Netanyahu nesta terça-feira.