O “chefão” da máfia estava na lista dos criminosos mais procurados do mundo como líder da poderosa organização criminosa Cosa Nostra, especializada em tráfico de drogas, prostituição, extorsão e lavagem de dinheiro.
O rosto do líder da máfia é quase desconhecido e é baseado em reconstruções feitas por meio de computadores.
Messina Denaro, de 60 anos, conhecido por sua extrema maldade, vangloriou-se de poder “encher um cemitério inteiro” com suas vítimas. Uma delas, um adolescente, filho de um mafioso arrependido, teve o corpo dissolvido em ácido.
Substituiu Salvatore “A Besta” Riina, capturado em 1993 e falecido em novembro de 2017.
O líder da máfia siciliana também é suspeito de ordenar os atentados de 1993 em Roma, Milão e Florença, que deixaram dez mortos. Foram cometidos poucos meses depois de a Cosa Nostra assassinar os juízes antimáfia Giovanni Falcone e Paolo Borsellino, em ataques semelhantes.
– Vitória do Estado –
Sua prisão provocou inúmeras reações da classe política italiana, incluindo a primeira-ministra Giorgia Meloni.
“Uma grande vitória do Estado, que mostra que não devemos nos render à máfia”, escreveu.
O presidente da República, Sergio Mattarella, que teve seu irmão Piersanti, presidente da região da Sicília, assassinado a tiros pela máfia no início da década de 1980, enviou “suas felicitações” às forças da ordem.
Nascido em abril de 1962, perto de Trapani, na Sicília, Messina Denaro foi processado à revelia, na década de 1990, por vários assassinatos. Considerado culpado, foi condenado à prisão perpétua.
AFP
Messina Denaro, o mafioso mais procurado da Itália, foi preso depois de ser procurado por três décadas. Ele foi encontrado em um centro de saúde, onde estava para uma terapia clínica.
Sua detenção foi possível, graças a uma operação impressionante, da qual participaram centenas de policiais especializados e carabineiros e que terminou entre aplausos, segundo as primeiras imagens divulgadas pela imprensa local.
O chefão da Cosa Nostra conseguiu passar décadas escondido em uma ilha como Sicília, porque não usava celulares nem comunicações eletrônicas.
Costumava usar pequenos pedaços de papel — os chamados “pizzini” —, que passavam de um para outro em um aperto de mãos e que podiam ser escondidos, ou mesmo engolidos, se necessário, sem qualquer dificuldade.
Implacável e “invisível”, o último chefão da Cosa Nostra liderou uma organização bilionária, graças às suas ramificações em vários setores.
Matteo Messina Denaro foi preso em uma clínica particular. Ele frequentava a instituição há um ano para receber quimioterapia contra o câncer, conforme a imprensa siciliana.
“A máfia não caiu com sua prisão. Hoje é uma organização rica e sanguinária, que distribui dinheiro para seu povo e substitui o Estado, com cúmplices na política e entre empresários”, afirmou o jornalista italiano Lirio Abbate, especializado no assunto.
Desde os anos 2000, a polícia italiana multiplicou as detenções e os confiscos de bens da máfia. A estratégia rendeu frutos, ao quebrar a rede de apoio com a qual contava tradicionalmente.