O ativista conservador Charlie Kirk, aliado do ex-presidente Donald Trump, havia solicitado ao presidente dos Estados Unidos que aplicasse tarifas e, se fosse necessário, “punições ao Brasil” há pouco mais de quatro meses. Kirk foi tragicamente assassinado na última quarta-feira (10/9), durante um evento na Universidade Utah Valley, em Utah.
Em 27 de março deste ano, Kirk criticou a decisão do tribunal de aceitar a acusação contra o ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro por tentativa de golpe de Estado. De acordo com ele, essa ação representa uma “tentativa de golpe judicial” promovida pelo Supremo Tribunal Federal (STF). A declaração foi dada em seu próprio programa, The Charlie Kirk Show.
“O Departamento de Estado dos EUA, Marco Rubio e o presidente Trump deveriam aplicar tarifas e, se necessário, punições ao Brasil por esse tipo de atitude imprudente e imoral”, afirmou Kirk.
O que aconteceu?
Charlie Kirk, ativista conservador e apoiador de Trump, morreu ao ser baleado na quarta-feira (10/9), durante um evento na Universidade Utah Valley, no estado de Utah.
Kirk estava realizando uma série de pelo menos 14 eventos em diversos campi universitários pelo país neste outono. Testemunhas relataram que um indivíduo disparou de um prédio a aproximadamente 180 metros de distância.
Com 31 anos, Kirk era uma das vozes mais influentes do conservadorismo americano. Ele foi fundador da Turning Point USA em 2012, uma organização que mobiliza estudantes, promove líderes estudantis e traz palestrantes conservadores para universidades dos Estados Unidos.
De acordo com Kirk, Bolsonaro venceu em todas as regiões do país, exceto nas áreas mais pobres e marcadas pela criminalidade e corrupção, como o Nordeste, onde o candidato de esquerda Lula da Silva obteve a vitória.
Kirk ressaltou que os juízes brasileiros exerceram muito mais autoridade do que seus equivalentes norte-americanos. Ele afirmou que juízes e procuradores federais no Brasil impuseram severas limitações à liberdade de expressão em plataformas como o X e outras redes sociais. Agora, Bolsonaro enfrenta julgamento por suposta conspiração para golpe.
O ativista questionou por que os Estados Unidos aceitam tais ações realizadas pelo Brasil e respondeu que não deveriam aceitar.
“Eles tentarão prender Bolsonaro para que ele morra na prisão como um mártir. A esquerda supostamente acredita na democracia”, comentou Kirk.
Kirk também comparou o ataque ocorrido em 8 de janeiro de 2023 à Praça dos Três Poderes com o incidente de 6 de janeiro de 2021, quando o Capitólio americano foi invadido.
Bolsonaro
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) pode decidir hoje (11/9) se condena ou absolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros sete réus suspeitos de participação em uma suposta tentativa de golpe de Estado, em sessão marcada para as 14h (horário de Brasília).
Até o momento, o placar do julgamento está em 2 a 1 a favor da condenação. Os ministros Alexandre de Moraes e Flávio Dino votaram pela condenação de todos os envolvidos, enquanto Luiz Fux divergiu e absolveu a maior parte dos acusados. Hoje votarão a ministra Cármen Lúcia e, em seguida, o presidente da Primeira Turma, Cristiano Zanin.