A diretora da Controladoria-Geral da União (CGU), Eliane Viegas Mota, declarou nesta quinta-feira (4/9) que utilizou dados do Metrópoles para aprofundar os relatórios sobre fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), junto ao Tribunal de Contas da União (TCU). Ela foi ouvida pela Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS.
O caso de fraudes no INSS ganhou notoriedade após uma série de reportagens divulgadas pelo Metrópoles desde dezembro de 2023.
“O primeiro sinal de alerta surgiu durante o levantamento das consignações na folha de pagamento do INSS, envolvendo descontos e empréstimos consignados. Já tínhamos um relatório do TCU apontando a gravidade do cenário. Com base nisso, iniciamos o trabalho e, sim, usamos as informações do Metrópoles”, afirmou Viegas.
A diretora respondeu a questionamento da deputada Adriana Ventura (Novo-SP), que perguntou se as auditorias relacionadas às fraudes e descontos irregulares ganharam mais atenção após as reportagens do Metrópoles.
“É plausível imaginar que, diante da gravidade, o ministro estava ciente. Após março de 2023, quando o Metrópoles começou a divulgar a série de reportagens sobre essas fraudes, a Controladoria-Geral da União intensificou as auditorias para investigar a questão de fraudes e descontos indevidos”, explicou a diretora.
O escândalo envolvendo o INSS foi destaque após as reportagens do Metrópoles mostrando que a arrecadação das entidades por descontos de mensalidades de aposentados cresceu significativamente, alcançando R$ 2 bilhões em um ano, enquanto as associações enfrentavam milhares de processos por fraude nas filiações dos segurados.
As informações reveladas levaram à instauração de inquérito pela Polícia Federal (PF) e contribuíram para as investigações da CGU. No total, 38 matérias do portal foram citadas pela PF na denúncia que resultou na Operação Sem Desconto, deflagrada em 23 de abril, que culminou na exoneração do presidente do INSS e do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.