A reunião entre senador Flávio Bolsonaro, pré-candidato à Presidência da República pelo PL-RJ, e os principais líderes partidários foi desmarcada pelos convidados de destaque, esvaziando o encontro previsto para a segunda-feira, 8 de dezembro. O convite feito pelo senador no fim de semana anterior não obteve resposta positiva dos políticos centristas mais influentes.
A pauta principal do encontro era a pré-candidatura de Flávio Bolsonaro e a proposta que ele apresenta para desistir da disputa: a concessão de anistia aos condenados pelos eventos do 8 de Janeiro, incluindo seu pai, o ex-presidente Jair Bolsonaro, que está cumprindo pena de 27 anos e 3 meses por liderar a tentativa de golpe.
Flávio Bolsonaro convidou para a reunião os presidentes Valdemar Costa Neto, do Partido Liberal (PL); Antonio Rueda, do União Brasil; Ciro Nogueira, do Progressistas (PP); e o presidente do Republicanos, deputado Marcos Pereira. Todos, com exceção de Valdemar, recusaram o convite alegando compromissos, conforme apurado pelo Metrópoles. Ciro Nogueira foi o primeiro a recusar, informando que já possuía um compromisso no Paraná, porém planeja falar com Flávio ao retornar a Brasília na noite da segunda-feira.
O presidente do União Brasil também não confirmou presença, e o líder do Republicanos comunicou sua impossibilidade por telefone. A assessoria do senador declarou que não houve alterações na agenda e não garantiu a realização da reunião diante das recusas dos líderes centrais.
Desde a última sexta-feira, 5 de dezembro, quando anunciou sua candidatura à Presidência no lugar de seu pai, Flávio Bolsonaro tenta angariar o apoio dos partidos do centro para fortalecer sua campanha rumo às eleições de 2026, sem sucesso até o momento.
No sábado, 6 de dezembro, ele comentou sobre as negociações: “Após decidir ontem, hoje começo as conversas. O primeiro pedido que faço a todos os líderes políticos que se posicionam contra Lula é aprovar a anistia ainda este ano. Espero não estar sendo radical ao querer essa anistia para inocentes. Temos apenas duas semanas, vamos unir a direita”.
A posição do centro político
Os principais representantes do centro político apoiam o governador de São Paulo, Tarciso de Freitas (Republicanos), como o candidato ideal da direita para suceder Bolsonaro. A candidatura de Flávio causou desapontamento nesse grupo.
Após o anúncio da pré-candidatura, o presidente do União Brasil publicou uma nota ressaltando que o partido rejeita a polarização política. Ele destacou a necessidade de um caminho que priorize a construção conjunta e o diálogo, em vez de confrontos. Para 2026, acredita que o futuro será construído por meio da união em torno de projetos sérios, responsáveis e focados nos verdadeiros interesses do povo brasileiro.