A Cedae, empresa estadual do Rio de Janeiro responsável pelo fornecimento de água — que continua controlada pelo governo estadual após parte ter sido privatizada — comunicou na terça-feira, 18, que está analisando os efeitos financeiros causados pela liquidação do Banco Master. A companhia aplicou aproximadamente R$ 200 milhões de seu caixa em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) emitidos por esse banco.
A estatal explicou que tentou resgatar esses títulos, mas a operação foi interrompida, e agora será necessário habilitar o crédito junto ao liquidante nomeado pelo Banco Central. A empresa destacou que está tomando as medidas necessárias para garantir seus direitos, inclusive no processo de liquidação.
Em abril, foi divulgado que os investimentos da Cedae em títulos do banco Master representavam cerca de 10% do total dos investimentos feitos com o excedente de caixa no balanço de 2023. O restante dos investimentos está alocado em fundos de renda fixa de bancos considerados os mais seguros no mercado (com classificação AAA), como BTG, Itaú e Bradesco.
Conforme informado no balanço de 2023, a maior parte dos fundos é investida em títulos públicos. Para investimentos em títulos privados, como CDBs, a estatal aplica apenas em emissores classificados como grau de investimento no Brasil, segundo as classificações de Fitch, Standard & Poor’s e Moody’s. Na época do investimento, o Banco Master possuía avaliação abaixo de grau de investimento pelas agências Fitch (BBB+) e Moody’s (B3).
No ano de 2024, segundo o balanço mais recente disponível, a Cedae registrou receita de R$ 3,5 bilhões e lucro de R$ 1 bilhão. No mesmo relatório, consta o investimento de R$ 231 milhões em CDBs do Banco Master.
Estadão Conteúdo
