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quinta-feira, 11/12/2025

CBF planeja regras para tornar árbitros de futebol profissionais

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Netto Góes lidera o Grupo de Trabalho da Arbitragem na CBF

Em uma reunião na Câmara dos Deputados sobre arbitragem no futebol, o presidente do Grupo de Trabalho da Arbitragem da Confederação Brasileira de Futebol (CBF), Netto Góes, anunciou que a entidade começará a aplicar, no próximo ano, ações para aprimorar o desempenho dos árbitros. Ele informou que em janeiro estarão prontos os modelos de contratos de trabalho, além da definição dos primeiros profissionais que atuarão seguindo estas novas normas. O tema foi debatido na Comissão do Esporte.

Netto Góes comentou que o grupo foi criado em outubro para discutir a formação dos árbitros, sua remuneração e as tecnologias aplicadas no esporte, entre outros assuntos. O dirigente também revelou que, a partir de 2026, a CBF adotará um padrão nacional unificado para a formação dos juízes de futebol.

“Estamos avaliando modelos de contratos para profissionalizar os árbitros. A profissionalização envolve muito mais do que um simples registro em carteira ou pagamento mensal”, explicou.

Segundo Charles Hebert Cavalcante Ferreira, representante da Associação Nacional dos Árbitros de Futebol (Anaf), a principal preocupação dos árbitros é a forma como são remunerados. Atualmente, esses profissionais recebem por partida e, se cometerem erros, podem ser suspensos sem receber pagamento.

Charles Hebert ressaltou que a solução não precisa ser necessariamente a formalização com carteira assinada; pode-se estabelecer contratos para o período de atuação do árbitro.

“O importante é que o árbitro tenha a garantia de remuneração, seja ela anual, semestral ou bianual, incluindo a remuneração por partida e eventuais bonificações, como ocorre nas principais ligas internacionais”, comentou.

O deputado Juninho do Pneu (União-RJ), que solicitou o debate, apresentou um projeto de lei (PL 3303/24) para regulamentar a contratação dos árbitros, prevendo contratos firmados com os organizadores das competições ou entidades gestoras do esporte.

A professora Patrícia Sousa Borges, especialista em Direito Laboral Desportivo da Universidade do Minho, em Portugal, detalhou como diferentes países europeus lidam com a formalização dos árbitros. Nos Países Baixos, os contratos são firmados diretamente com as federações; em Alemanha e Inglaterra foram criadas sociedades empresariais para reconhecer o vínculo empregatício; já na França, Espanha e Itália, árbitros são equiparados a atletas de alto rendimento, modelo que poderia ser adotado no Brasil.

O vice-presidente da Comissão do Esporte, deputado Danrlei de Deus Hinterholz (PSD-RS), destacou a importância de oferecer aos árbitros o mesmo preparo dedicado aos atletas profissionais, envolvendo suporte psicológico, técnico e físico.

Atualmente, o Brasil conta com 734 árbitros e assistentes, sendo 326 árbitros e 408 assistentes, dos quais 134 são mulheres. Este ano, este grupo atuou em 2.730 partidas oficiais.

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