A equipe de defesa do casal estrangeiro detido no Distrito Federal, acusado de liderar um esquema internacional de fraude financeira e lavagem de dinheiro que teria causado um prejuízo de € 900 mil (aproximadamente R$ 5,6 milhões) a empresas europeias, declarou que os réus estão sob ameaça de morte caso sejam extraditados. Fellype Ribeiro, advogado dos acusados, disse: “Nossos clientes acreditam firmemente que, se ocorrer a extradição, eles serão eliminados pela máfia da Geórgia”.
Após a prisão realizada pela Polícia Federal (PF), Erick Jorgensen foi conduzido ao Centro de Detenção Provisória (CDP) do Complexo da Papuda, enquanto Ekaterine Jorgensen foi levada para o Presídio Feminino do Gama, conhecido como Colmeia.
Detalhes do caso:
- O casal estava listado na lista vermelha da Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol).
- Os detidos, um americano e uma russa, foram capturados em um restaurante no Distrito Federal enquanto comemoravam o aniversário de 17 anos da filha, no dia 21 de agosto deste ano.
- Após a prisão dos pais, a jovem foi entregue ao Conselho Tutelar e posteriormente levada para um abrigo no DF.
Esquema de fraude com vinhos
Documentos fornecidos pelas autoridades internacionais mostram que os Jorgensen montaram uma rede de empresas fictícias com o propósito de atrair investidores estrangeiros. Ekaterine registrou na Geórgia a VCM LLC, empresa com nome semelhante à Vinito Capital Management LLC, uma companhia norte-americana pertencente ao casal, com o objetivo de simular um negócio legítimo focado na produção e comercialização de vinhos.
Utilizando essa fachada, Erick Jorgensen — sob a identidade falsa de “Erik Sabelskjold” — persuadiu investidores europeus a aplicar quantias significativas em contratos de gestão de investimentos fraudulentos.
Títulos falsificados
Em maio de 2020, o empresário francês Pierre Escourrou, dono da empresa ferroviária M.F.I Maintenance Ferroviaire Industriel, teria transferido 100 mil euros acreditando estar investindo no setor vinícola. Dois meses depois, a empresa britânica Bovell Global Macro Fund SP teria investido 500 mil euros em títulos sem valor real.
As investigações indicam que parte do dinheiro obtido ilegalmente foi transferido para contas pessoais do casal, além de empresas criadas na Geórgia e nos Estados Unidos. Entre maio e agosto de 2020, depósitos somando mais de 600 mil euros desviados das empresas lesadas foram detectados. A quantia foi distribuída em várias contas, incluindo a Vini Cielo LLC e a Vinito Wines LLC, diretamente associadas a Erick e Ekaterine.
Com base nas evidências coletadas, os investigadores concluíram que o casal realizava operações para disfarçar a origem ilícita dos recursos, buscando dar uma aparência legal ao patrimônio gerado por meio das fraudes.