A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ) realizou nesta quarta-feira (10/9) uma nova etapa da Operação Tríade, focada em combater o tráfico de drogas, roubos de cargas e veículos na Baixada Fluminense. A operação contou com o apoio das delegacias especializadas recém implantadas na região, resultando em oito prisões, a recuperação de cinco veículos, além da apreensão de entorpecentes e uma arma.
O ponto mais impactante para os agentes foi a descoberta de uma casamata construída no alto de um morro, camuflada com vegetação, que servia de base para atiradores de grupos criminosos. Esse posto avançado permitia vigiar o movimento policial e, em confrontos, abrir fogo contra as forças de segurança que se aproximassem das comunidades.
Segundo os investigadores, a casamata era uma construção improvisada, mas resistente, feita com madeira, blocos de concreto e sacos de areia, projetada para se confundir com o relevo natural do morro. O local tinha acesso difícil e era quase invisível à distância, oferecendo uma vantagem tática considerável ao crime organizado.
Base de Operação
Era um ponto fortificado, preparado para resistir e dificultar o avanço policial. Ali, o atirador ficava protegido, tinha ampla visão do território e estava pronto para agir contra qualquer incursão das forças de segurança.
Após a localização da casamata, os policiais a incendiaram, reduzindo a estrutura a cinzas. O processo de descoberta e destruição foi registrado em vídeo. As imagens, obtidas com exclusividade, evidenciam o difícil acesso ao local e o esforço dos criminosos para manter a fortificação oculta.
Além dessa base, as investigações identificaram outros locais estratégicos, como áreas usadas para desmanche de veículos roubados e armazenamento de drogas. As diligências foram conduzidas pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes da Baixada Fluminense (DRE-BF), a Delegacia de Roubos e Furtos de Automóveis (DRFA-BF) e a Delegacia de Roubos e Furtos de Cargas (DRFC-BF), com auxílio do Departamento-Geral de Polícia Especializada (DGPE) e do Setor de Operações com Drones da Subsecretaria de Inteligência (Ssinte), fundamental para mapear as áreas de mata.
Operação Tríade
As comunidades alvo da ação — Barro Vermelho, Castelar e Palmeirinhas — são conhecidas pela forte presença de facções criminosas como o Comando Vermelho (CV) e o Terceiro Comando Puro (TCP), que disputam pontos de venda de drogas. Investigações também demonstraram que essas áreas são usadas para desmontar veículos roubados, uma prática já amplamente denunciada.
A Polícia Civil ressaltou que a Operação Tríade é resultado de meses de investigação e monitoramento, com foco em enfraquecer a estrutura logística do crime organizado, retirando não só os criminosos, mas também os meios que sustentam suas atividades ilegais.