A porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, alertou nesta quinta-feira (23/10) que os benefícios federais principais de auxílio alimentar estão correndo risco devido à paralisação do governo dos Estados Unidos, conhecida como shutdown.
De acordo com Leavitt, o Programa de Assistência Nutricional Suplementar (SNAP), que atende mais de 40 milhões de pessoas, pode ficar sem financiamento já a partir do dia 1º de novembro.
Leavitt descreveu o SNAP como a “última vítima” do shutdown, culpando o Partido Democrata pela iminente redução dos benefícios destinados a famílias de baixa renda em vários estados.
Ela declarou durante uma coletiva de imprensa: “Se os democratas continuarem a manter os americanos reféns, não haverá fundos suficientes para conceder os benefícios do SNAP a mais de 40 milhões de americanos em 1º de novembro.”
A porta-voz também mencionou que o governo apoiaria o projeto de lei apresentado pelo senador republicano Josh Hawley, do estado do Missouri, que garantiria o financiamento do programa durante o período de paralisação. No entanto, não confirmou se a administração Trump planeja usar recursos próprios para cobrir o déficit, como foi feito anteriormente para o programa de assistência nutricional destinado a mulheres e crianças.
“Esse projeto de lei conta com total apoio do governo”, afirmou Leavitt. “Mas o que realmente assegurará o pagamento de todos e colocará o país em funcionamento novamente é uma resolução limpa para continuidade. É isso que o presidente e os republicanos desejam.”
Shutdown prolongado
O governo dos Estados Unidos, sob a gestão de Donald Trump, está na quarta semana de paralisação, que é a terceira mais prolongada da história do país.
O impasse entre republicanos e democratas em relação ao orçamento federal paralisou grande parte da máquina pública, impactando diretamente cerca de 1,4 milhão de servidores e gerando perdas estimadas de até US$ 2 bilhões por dia.
Em torno de 900 mil funcionários foram afastados sem receber salário, enquanto aproximadamente 700 mil seguem trabalhando sem remuneração.
A crise teve início em 1º de outubro, quando o Congresso não aprovou o orçamento federal. No dia seguinte, a Casa Branca começou a reduzir o quadro de pessoal em diversas agências.
O Senado, com maioria democrata, já rejeitou mais de 10 tentativas do partido republicano para aprovar uma resolução que possibilitasse a reabertura do governo.
Estados em alerta
Governos estaduais começaram a publicar avisos sobre possíveis cortes ou atrasos no repasse dos benefícios. O estado do Texas alertou que os pagamentos previstos para novembro podem não ocorrer caso o impasse persista até a sexta-feira (27/10).
Os estados de Nevada, Dakota do Norte, Nova Jersey e Nova York também divulgaram comunicados nessa linha. No portal do Departamento de Serviços Humanos de Nova Jersey, há um aviso informando que “não há certeza se os benefícios carregados no cartão antes de 31 de outubro poderão ser utilizados depois de 1º de novembro.”
O SNAP, antigamente conhecido como vale-alimentação, é gerido pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e constitui uma das principais redes de proteção social do país.
Com o bloqueio dos recursos federais, bancos de alimentos e instituições sem fins lucrativos também enfrentam dificuldades para atender à crescente demanda.
