Os Estados Unidos acreditam que um encontro entre o presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, pode ocorrer dentro das próximas duas semanas com a presença de Donald Trump. A informação foi dada nesta terça-feira (19/8) pela chefe de protocolo norte-americana, a embaixadora Monica Crowley.
A autoridade do Departamento de Estado, contudo, não especificou onde o encontro poderá ocorrer, afirmando que as opções de local continuam sendo avaliadas.
Mais cedo, nesta terça-feira, durante coletiva, a porta-voz Karoline Leavitt afirmou que as negociações para a reunião trilateral já estão em andamento entre Washington, Moscou e Kiev.
Preparativos em curso
O anúncio reforça a movimentação diplomática iniciada após a cúpula recente em Washington, na segunda-feira (18/8), organizada pelo presidente norte-americano, Donald Trump, com a participação de Volodymyr Zelensky e líderes europeus.
Conforme a Casa Branca, a reunião entre Putin e Zelensky deverá anteceder um encontro trilateral com a presença de Trump. O presidente russo já havia indicado em telefonema com Trump que estaria disposto a encontrar-se pessoalmente com o líder ucraniano.
Cúpula do Alasca como marco
A “cúpula do Alasca”, realizada no último dia 15, abriu caminho para esta nova fase de negociações. Segundo Washington, o encontro entre Trump e Putin em Anchorage foi produtivo e criou condições para o avanço das conversas sobre segurança regional e o futuro da guerra na Ucrânia.
Após a reunião de segunda-feira, e o telefonema entre os líderes, o Kremlin confirmou que Putin agradeceu Trump pelos esforços diplomáticos e hospitalidade.
De acordo com o assessor russo Yuri Ushakov, os líderes conversaram sobre maneiras de elevar o nível das negociações entre Moscou e Kiev.
Reunião na Casa Branca
As conversas em Washington entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky ocorreram depois que Trump recebeu Putin em Anchorage na última sexta-feira (15/8). O encontro não resultou em cessar-fogo, mas houve um compromisso de manter o diálogo.
Além da reunião bilateral com Zelensky, Trump se encontrou com líderes europeus, incluindo Emmanuel Macron (França), Giorgia Meloni (Itália), Friedrich Merz (Alemanha) e Keir Starmer (Reino Unido), além de representantes da União Europeia e da Otan.
Esse encontro ocorre seis meses após disputas verbais entre Trump e Zelensky na Casa Branca, onde o líder ucraniano insistia que não negociaria a integridade da Ucrânia.
Cooperação militar e apoio econômico
Informações internacionais indicam que a cúpula em Washington resultou em novos acordos:
- Kiev se comprometeu a comprar até US$ 100 bilhões em armas dos EUA, com financiamento de países europeus.
- Washington e Kiev firmaram acordo de US$ 50 bilhões para ampliação da produção de drones militares.
- Zelensky defendeu o uso de US$ 300 bilhões em ativos russos congelados no Ocidente para reconstrução ucraniana.
A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, reafirmou que a União Europeia e os Estados Unidos oferecerão garantias robustas de segurança, combinando apoio militar e econômico.
Zelensky mantém a insistência na integridade territorial da Ucrânia, declarando que não aceitará acordos que impliquem concessões territoriais à Rússia.
Do lado russo, o ministro das Relações Exteriores, Sergey Lavrov, declarou que o Kremlin está aberto a qualquer formato possível de negociação sobre o acordo para a Ucrânia. No entanto, ele ressaltou que iniciativas envolvendo líderes importantes devem ser conduzidas com extremo cuidado e atenção.
