O número de pessoas trabalhando com carteira assinada no setor privado do Brasil aumentou 2,6%, com a entrada de 1 milhão de novos trabalhadores no trimestre até novembro, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada pelo IBGE.
Esse resultado não inclui trabalhadores domésticos, totalizando 39,4 milhões de empregados com carteira assinada no setor privado. No setor público, também houve recorde com 13,1 milhões de trabalhadores, aumento de 1,9% no trimestre e 3,8% no ano.
Para a coordenadora de Pesquisas por Amostra de Domicílios do IBGE, Adriana Beringuy, apesar da variação não ser considerada estatisticamente significativa, o aumento contínuo garante o recorde histórico no número de trabalhadores com carteira assinada no setor privado.
“Embora não significativa, a carteira assinada tem crescido de forma constante ao longo de 2024 e começo de 2025”, comentou Adriana Beringuy em entrevista virtual.
O total de trabalhadores sem carteira assinada no setor privado permaneceu estável em 13,6 milhões no trimestre, com uma queda anual de 3,4%. Trabalhadores por conta própria atingiram o recorde de 26 milhões, com aumento de 2,9% no ano.
O crescimento dos trabalhadores com carteira contribuiu para a redução da taxa de informalidade, que ficou em 37,7% da população ocupada, cerca de 38,8 milhões de pessoas. Esse número é menor que o trimestre anterior e também em relação a 2024.
Adriana Beringuy destacou que, apesar do crescimento da população ocupada, a informalidade não aumentou, diminuindo sua participação no mercado de trabalho. Cerca de 601 mil novos trabalhadores entraram na força de trabalho, principalmente no setor público, incluindo áreas como educação e saúde.
Entre os segmentos informais estão empregos sem carteira no setor privado, trabalho doméstico sem carteira, trabalhadores por conta própria sem CNPJ e familiares auxiliares. O número total de pessoas consideradas ocupadas formalmente permaneceu estável.
No trimestre até agosto, a taxa de desocupação foi de 5,2%, o menor valor desde 2012, com 5,6 milhões de pessoas procurando emprego.
Rendimentos
O rendimento médio real dos trabalhadores brasileiros chegou a R$ 3.574, com alta de 1,8% no trimestre e 4,5% em relação ao mesmo período de 2024, já descontada a inflação. O aumento foi puxado pelos setores de informação, comunicação, atividades financeiras, imobiliárias e administrativas.
Além disso, houve ganhos em atividades como agricultura, construção, administração pública e serviços domésticos. A massa total de rendimentos também atingiu um recorde de R$ 363,7 bilhões, com aumento tanto trimestral quanto anual.
Sobre a pesquisa
A Pnad Contínua é a principal pesquisa sobre o mercado de trabalho no Brasil, abrangendo 211 mil domicílios em 3.500 municípios, visitados a cada trimestre. Cerca de dois mil entrevistadores do IBGE coletam os dados em todo o país.
Informações obtidas da Agência Brasil.

